terça-feira, 8 de julho de 2014

Copa2014: Sem Neymar, Brasil deixa a máscara cair e é humilhado pela Alemanha



Helder Júnior, enviado especial em Belo Horizonte (MG) – Gazeta Esportiva

A máscara caiu. Diante de milhares torcedores fantasiados de Neymar, a Seleção Brasileira não transformou em realidade a ilusão de que poderia ser bem-sucedida sem o seu principal jogador. Foi humilhada pela Alemanha com uma histórica e eterna derrota por 7 a 1 no final da tarde desta terça-feira, no mesmo Mineirão onde já havia sofrido para superar o Chile nos pênaltis, e está fora da disputa pelo título da sua Copa do Mundo. Os gols foram marcados por Muller, Klose (o maior artilheiro dos Mundiais), Kroos (2), Khedira e Schurrle (2). Oscar fez o de honra.

Se queria apagar a derrota para o Uruguai na final da primeira Copa do Mundo realizada no Brasil, há 64 anos, o Brasil conseguiu de forma vexatória. Perdia por 4 a 0 em 25 minutos de jogo. Em um Mineirão que virou Mineirazo, viu os seus torcedores reagirem com um choro que a psicóloga Regina Brandão nem o melhor de seus colegas seriam capazes de conter. A revolta nas arquibancadas também acabou extravasada com irônicos gritos de “olé”, vaias (principalmente para o centroavante Fred), insultos e brigas.

A traumática queda diante da Alemanha foi o desfecho de um sonho que o Brasil alimentou muito graças a Neymar, alvo de uma joelhada de Zúñiga na vitória por 2 a 1 sobre a Colômbia, nas quartas de final, quando fez a sua exibição mais apagada no Mundial. Antes, o atacante havia sido importante nas vitórias por 3 a 1 contra a Croácia e por 4 a 1 em cima de Camarões, no empate sem gols com o México e na disputa de pênaltis com os chilenos.

Com a derrota na decisão da Copa do Mundo de 2002 muito bem vingada, a Alemanha agora se prepara para jogar a decisão do Maracanã às 16 horas (de Brasília) de domingo, contra o vencedor do confronto entre Holanda e Argentina. Ao Brasil, restará a melancólica disputa de terceiro lugar diante do perdedor da outra semifinal, às 17 horas (de Brasília) de sábado, no Mané Garrincha. Outra vez, sem Neymar.

O jogo – A Alemanha já estava à frente da Seleção Brasileira antes mesmo de a bola começar a rolar. Os comandados de Joachim Low entraram em campo com passadas largas, enquanto os de Felipão caminharam timidamente, com as mãos sobre os ombros uns dos outros – faltavam, entretanto, aquelas costas que suportaram o peso de toda a campanha até as semifinais e acabaram fora do torneio graças à joelhada do colombiano Zúñiga.

Neymar estava representado por uma camisa com o número 10 às costas, levada ao gramado pelo capitão David Luiz – que herdou a braçadeira do suspenso Thiago Silva. Na hora da execução do Hino Nacional, o seu traje tremulou junto com as vozes da torcida brasileira. Entre elas, estava a de Bernard, o escolhido de Felipão para reanimar a Seleção com a sua “alegria nas pernas”, como gosta de dizer o treinador.

A animação durou poucos minutos, com a pressão inicial imposta pela Seleção Brasileira. O lateral esquerdo Marcelo foi o primeiro a incomodar com um chute de fora da área. Oscar se incumbiu de cobrar os escanteios antes batidos por Neymar. E Hulk continuou a mostrar apenas vontade, assim como Bernard, enquanto Fred se manteve nulo em campo.

Apesar de ter seguido com os seus problemas habituais e não mais com Neymar, o Brasil até pareceu assustar inicialmente a Alemanha. Ozil escorregou e levou o público local ao delírio. Seu time respeitava o ímpeto brasileiro e demorou um pouco para sair ao ataque. Quando o fez, encontrou uma defesa adversária bastante desorganizada com a entrada de Dante e acabou com o jogo.

O primeiro gol alemão saiu aos dez minutos. Em uma cobrança de escanteio de Kroos, Muller apareceu inacreditavelmente livre de marcação dentro da área. Só teve o trabalho de escorar a bola, com uma finalização cruzada, para inaugurar o placar.

O gol foi a senha para a Seleção Brasileira se desesperar de vez. Sem nenhuma criatividade, o time apelou aos lançamentos longos de David Luiz, como já havia ocorrido em outras partidas da Copa do Mundo. Também implorava por pênaltis, como aos 17 minutos, quando Marcelo caiu na área ao perder a bola para Lahm e provocou uma discussão entre Hulk e Boateng. A torcida pareceu prever o inacreditável e passou a berrar logo cedo: “Eu acredito!”.

Jogando de rubro-negro como o Flamengo, a Alemanha tinha muito mais confiança. E não era para menos. Afinal, contava com total liberdade para trocar passes à brasileira. Foi assim que transformou a vitória parcial em goleada em menos de cinco minutos. A começar por uma bela jogada de Kross, que encontrou Muller dentro da área. A bola ficou com Klose, que parou em Júlio César no primeiro chute e mostrou o oportunismo do maior artilheiro da história das Copas para ficar com o rebote e conferir, aos 22.

Àquela altura, alguns torcedores já começavam a chorar, como fizeram os jogadores de Felipão contra o Chile. O trauma emocional seria ainda maior. Já aos 23 minutos, Lahm fez um cruzamento rasteiro para a área do Brasil, onde Muller não conseguiu concluir. Kross, sim. Júlio César ainda tocou na bola, que entrou no canto.

O marcador dilatado fez o Brasil ficar tonto em campo. A ponto de Fernandinho perder perigosamente uma bola para Kross a dois passos da meia-lua. O alemão tirou proveito e tabelou com Khedira antes de concluir na saída de Júlio César. O massacre dos times visitantes, cada vez mais em casa, estava configurado. Com apenas 25 minutos de partida.

Se os atletas do Brasil não sabiam como reagir, os torcedores muito menos. Alguns choravam copiosamente, borrando as pinturas verde e amarela em seus rostos. Outros preferiram deixar o Mineirão mais cedo. E os mais revoltados desabafaram com coros de “raça”, insultos para o ar, brigas entre si e ameaças de violência generalizada. A tensão era tamanha que os seguranças da Fifa fizeram um cordão de isolamento onde estava concentrada a maior parte da torcida da Alemanha.

Ficaria pior. Ou melhor, no caso do público alemão posicionado atrás do gol defendido por Neuer. Aos 29 minutos, Khedira avançou sem marcação pelo meio, tocou para Ozil (em posição duvidosa), recebeu de volta e concluiu no canto direito de Júlio César para também participar da festa germânica no Mineirão.

A ilusão de conquistar a Copa do Mundo em casa, 64 anos após a tragédia de 1950, acabava ali para o Brasil. Parte do público já sabia, com um conformado canto para dizer ser “com muito orgulho, com muito amor”. Jogadores como Hulk ainda se esforçavam, enquanto a Alemanha diminuía o ritmo, mas tropeçavam nas próprias pernas. Felipão até se sentou. Só saiu da sua área técnica de novo no último minuto do primeiro tempo.

Tentando evitar um vexame ainda maior, o técnico recorreu às entradas de Paulinho e Ramires nas vagas de Fernandinho e Hulk. Só adiantou nos primeiros minutos do segundo tempo porque a Alemanha havia se acomodado. Joachim Low, por exemplo, até poupou Hummels e mandou Mertesacker ao gramado naquele instante.

Nas investidas brasileiras, a Alemanha provou não ter bons jogadores só no setor ofensivo. O goleiro Neuer trabalhou bem e conteve algumas investidas de Paulinho e Oscar. Para parar Fred, no entanto, não era preciso fazer muito. O centroavante foi perseguido mais pela torcida amarela do que pela marcação rubro-negra. Passou a ser vaiado a cada toque na bola.

Do outro lado, até o público brasileiro reverenciou o goleador alemão. Aos 12, Klose deu lugar a Schurrle e saiu com aplausos dignos do maior artilheiro das Copas. Seu substituto o homenageou com um gol. O jogador do Chelsea ficou com a bola após uma jogada trabalhada por Lahm e Khedira e bateu rasteiro, perto da marca do pênalti, para ser mais um a superar Júlio César.

Felipão, então, gastou a sua última alteração. Sacou Fred, para alívio da torcida, e fez Willian participar do show alemão. Que prosseguiu aos 33 minutos, outra vez com Schurrle. O atleta recebeu um ótimo lançamento da esquerda, dominou bem e bateu com força, no ângulo, para dilatar o placar histórico em Belo Horizonte.

Aos 44 minutos, a Seleção Brasileira fez o seu gol de honra. Oscar recebeu lançamento longo, fintou Boateng e completou na saída de Neuer. Os alemães ironizaram, com gritos de “Brasil”, enquanto as máscaras de Neymar – antes motivos para ousadia e alegria do público local – caíam sobre o chão do Mineirazo.

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"Massacre" no Mineirão: Alemanha goleia Brasil por 7-1 e está na final do mundial



TSF

Na história dos Mundiais, nunca um jogo tinha chegado com 5-0 aos 29 minutos, nem uma meia-final tinha sido tão desequilibrada, sendo que foi também a maior derrota de sempre do Brasil na competição.

A Alemanha qualificou-se hoje pela oitava vez para a final do Mundial de futebol, ao golear o anfitrião Brasil por 7-1, com 5-0 aos 29 minutos, no Estádio Mineirão, em Belo Horizonte.

Thomas Müller, aos 11 minutos, Miroslav Klose, aos 23, Toni Kroos, aos 25 e 26, e Sami Khedira, aos 29, e Andre Schürrle, aos 69 e 79, apontaram os golos da formação germânica, enquanto Oscar marcou para os "canarinhos", aos 90.

Ao marcar o segundo tento da "Mannschaft", Klose isolou-se na liderança dos melhores marcadores da história dos Mundiais, com 16 golos, mais um do que o brasileiro Ronaldo, o "Fenómeno".

Na foto: Scolari, selecionador brasileiro, chora.

Copa2014: Brasil desafia a ousadia e a alegria da Alemanha para ir à decisão



Helder Júnior, enviado especial em Belo Horizonte (MG) – Gazeta Esportiva

Nenhuma seleção foi tão fiel ao lema criado por Neymar – “ousadia e alegria” – quanto a Alemanha durante a Copa do Mundo. Hospedados no litoral baiano, os comandados de Joachim Low já fizeram coro pelo Bahia, vestiram camisas de Flamengo e Grêmio, dançaram com índios e até vibraram com a vitória do Brasil sobre o Chile nas oitavas de final. A partir das 17 horas (de Brasília) desta terça-feira, no Mineirão, serão justamente eles o último obstáculo do time de Luiz Felipe Scolari para chegar à decisão de seu Mundial.

O desafio ficou ainda maior sem Neymar. O principal jogador da Seleção Brasileira sofreu uma fratura na terceira vértebra lombar por causa de uma joelhada de Zúñiga no final da vitória por 2 a 1 sobre a Colômbia e acabou cortado da Copa do Mundo. O incidente abalou o restante da equipe, conforme reconheceu o próprio Felipão. Coube ao astro, no entanto, restabelecer um pouco da alegria com um discurso otimista.

Só não se sabe ainda se Felipão será ousado para montar a Seleção Brasileira sem Neymar. O técnico não fechou os treinos preparatórios para a partida contra a Alemanha, porém testou mais de uma formação. Aquelas que manteriam a ofensividade do Brasil seriam com Willian (o mais cotado) ou Bernard. A mais cautelosa apostaria na sequência do volante Paulinho entre os titulares mesmo com o retorno de Luiz Gustavo, agora livre de suspensão.

Willian se mostrou animado com a oportunidade que poderá ganhar em uma semifinal de Copa do Mundo. “Sem dúvida alguma, é um jogo importantíssimo. Todo jogador sonha em disputar uma partida assim”, comentou, tentando transparecer também confiança. “Todos estão preparados. Queremos que o jogo chegue logo. É claro que temos alguns ajustes a fazer, mas vamos acompanhar os pontos fortes e fracos da Alemanha para o Brasil não ser surpreendido”, disse.

Segundo quem já conhece bem a Alemanha, será difícil encontrar pontos fracos na equipe europeia. “Não vou mentir: os defeitos deles são pequenos”, respeitou o zagueiro Dante, que joga no Bayern de Munique e substituirá o suspenso Thiago Silva – a faixa de capitão ficará com David Luiz. Um dos mais alegres do elenco, o novo titular ao menos minimizou a ousadia e a alegria alemãs em solo brasileiro. “Eles estão tentando se descontrair, assim com a gente faz um sambinha aqui e outro ali.”

A escalação do Brasil poderá ter ainda uma última alteração. O lateral direito Daniel Alves, que foi mal no início da Copa do Mundo, sonha com a possibilidade de recuperar a vaga perdida para Maicon diante da Colômbia. “Independentemente de quem jogar, estamos aqui para ajudar. Não sou jogador de ficar pedindo explicações para o técnico. Ele faz o que acha melhor”, discursou o atleta do Barcelona, da Espanha.

Atento às novidades da escalação brasileira, o técnico Joachim Low tentou não externar entusiasmo com os desfalques. “Sem o Neymar, o Brasil será mais difícil de vencer do que se estivesse com ele”, imaginou, explicando seu ponto de vista. “Claro que é um jogador de talento excepcional. Só que, depois dessa tragédia, os seus companheiros estarão mais unidos”, previu.

Mas Low também não se intimidou para falar que hoje o time alegre não é defendido pelos compatriotas de Neymar. “Essa Seleção tem muito pouco do tradicional modo brasileiro de jogar futebol, aquele estilo artístico que todos conhecíamos. O Brasil tem jogadores técnicos, mas agora eles jogam de maneira mais dura, mais robusta. Eles primeiro destroem o ataque adversário e só a partir daí tentam criar”, concluiu o treinador, embora sem ousadia para revelar a escalação da Alemanha.

FICHA TÉCNICA - BRASIL X ALEMANHA

Local: Estádio Mineirão, em Belo Horizonte (MG)
Data: 8 de julho de 2014, terça-feira
Horário: 17 horas (de Brasília)
Árbitro: Marco Rodríguez (México)
Assistentes: Marvin Torrentera e Marcos Quintero (ambos do México)

BRASIL: Júlio César; Daniel Alves (Maicon), David Luiz, Dante e Marcelo; Luiz Gustavo, Fernandinho, Oscar, Willian (Paulinho) e Hulk; Fred - Técnico: Luiz Felipe Scolari

ALEMANHA: Neuer; Lahm, Boateng, Hummels e Howedes; Schweinsteiger, Khedira e Kroos; Ozil, Klose (Gotze) e Muller - Técnico: Joachim Low

Brasil: CORRUPÇÃO. VAMOS FALAR SÉRIO




A corrupção e o patrimonialismo são uma verdadeira herança maldita que carregamos por décadas, ou mesmo por séculos ao longo de nossa história

Wadih Damous (*) – Carta Maior

Tudo indica que a oposição de PSDB e assemelhados tentará pautar a corrupção como tema central da campanha eleitoral para a Presidência. Como suas propostas programáticas não têm muita substância, a comparação entre os governos tucanos e petistas não lhes é favorável e o assunto tem forte apelo popular, tende a ser trazido exaustivamente.

Considero um erro o PT fugir do assunto na campanha. Por várias razões.

Primeiro, porque é indiscutível que houve casos mal explicados, que podem configurar corrupção, nos governo petistas.

Depois, porque, como lembrou o próprio ministro Gilberto Carvalho, em declarações recentes, a acusação ao PT de certa forma teve acolhida junto ao eleitorado, que já não vê mais o partido como uma legenda impoluta, como no passado. Isso, claro, deve-se muito às campanhas insidiosas e desleais da grande mídia. Mas, também, à falta de transparência do PT e do governo em enfrentar as acusações de corrupção.

Em terceiro lugar porque um partido sério não deve fugir ou se incomodar com o debate a esse respeito. Menos ainda deve limitar-se a taxar de udenismo a preocupação com o combate à corrupção - ainda que haja udenismo, como, de fato, há. Ademais, nem a UDN era exatamente um exemplo de probidade, nem a corrupção é algo pouco importante, que deva ser jogada para baixo do tapete em nosso país.

Nesse debate, é preciso mostrar alguns pressupostos e mudar a qualidade da discussão, fazendo com que ela prospere no sentido de se mudar certas regras do jogo político que favorecem o aparecimento de casos de corrupção.

O primeiro pressuposto é a lembrança de que a Polícia Federal tem atuado como órgão de Estado e não de governo. Em seu trabalho, não tem olhado a cor partidária dos suspeitos de corrupção. Numa democracia, este comportamento republicano não é desprezível. Ao contrário. É da maior importância.

Ponto para o governo.

Depois porque – embora isso não deva servir para justificar malfeitos em governos petistas – ninguém, em sã consciência, afirmaria que a corrupção começou, ou mesmo se acentuou, nas gestões do PT à frente do Executivo federal.

A afirmação não se sustenta por um instante sequer.

A corrupção e o patrimonialismo são uma verdadeira herança maldita que carregamos por décadas, ou mesmo por séculos ao longo de nossa história.

Mais recentemente, o processo de privatizações desencadeado pelo PSDB nos governos FHC alimentou o maior surto de transferência de recursos públicos para mãos privadas de todos os tempos. Sem falar nos procedimentos que garantiram a emenda da reeleição, naquela época.

Não precisamos nos estender a respeito disso, basta olharmos o caso da Vale. Ela foi privatizada em 1997, por R$ 3,3 bilhões. Só no ano em que foi leiloada, seu lucro líquido foi de R$ 12,5 bilhões, mais de três vezes o valor de sua venda.

Foi um verdadeiro negócio da China. Dos tempos em que os ingleses davam as cartas naquele país, bem entendido.

Assim, não há porque o PT entrar nesse debate sobre corrupção na defensiva. E seria interessante desafiar os tucanos para que se somassem a propostas que ajudassem a fechar a porta para malfeitos.

Citaremos apenas duas, para que não precisar ir muito longe.

A primeira, a proibição de doações de pessoas jurídicas para partidos ou candidatos. Essa proposta faz parte de um conjunto de proposições levada pela OAB federal ao STF, já que o Congresso resiste com unhas e dentes a qualquer mudança nesse sentido. Ela está praticamente aprovada no Supremo, pois a maioria de seus membros já se manifestou a favor. A votação foi interrompida por um “embargo de gaveta” do ministro Gilmar Mendes, cujas inclinações políticas são conhecidas e não se inclinam para o lado do PT. Ele pediu vistas do processo e impediu que a decisão já vigorasse este ano.

Como empresas não fazem caridade, mas investimentos, essa proibição seria fundamental para se inibir a corrupção.

Uma segunda proposta teria como objetivo amarrar de forma mais clara e em que condições contratos poderiam receber aditivos que modifiquem o preço vigente quando da licitação.

Nesses aditivos reside um enorme pé-de-cabra para facilitar o superfaturamento.

Os tucanos estariam dispostos a fechar estas duas portas para a corrupção?

Se a resposta for afirmativa, podemos conversar seriamente.

Caso contrário, ficará comprovado que seu barulho sobre o tema não passa de conversa de fariseu.

(*) Presidente licenciado da Comissão Nacional de Direitos Humanos da OAB e da Comissão da Verdade do Rio de Janeiro

Créditos da foto: Arquivo

Portugal: Contas “engatadas” na Câmara Municipal de Lisboa. Como é, senhor Costa?



Bocas do Inferno

Carlos Tadeu, Setúbal

António Costa é presidente da Câmara Municipal de Lisboa e opositor de António José Seguro no Partido Socialista. Ele quer derrubar Seguro e ascender a líder do PS, depois galvanizar os portugueses e ascender a primeiro-ministro.

O processo é legítimo, porém, Costa, não pode (não deve) concentrar-se nesses anseios e luta partidária com contas “engatadas” onde é presidente de autarquia. Por acaso a maior autarquia, a da capital. É que gato escaldado de água fria tem medo e já vimos primeiros-ministros cheios de “rabos de palha” caírem no descrédito e fazerem da governação uma grande bagunça. Caso de José Sócrates. E também de Passos Coelho e Portas por tanto mentirem e ostensivamente enganarem os portugueses.

Assim, com as contas agora “engatadas” na CML, se não forem resolvidas, justificadas e esclarecidas à luz da necessária transparência, uma elevada percentagem de portugueses ficará legitimamente de pé atrás e dificilmente votarão em António Costa. Ele até pode vencer as eleições primárias no PS mas quem é que o quererá para primeiro-ministro? É que as dúvidas vão subsistir. Como é, senhor Costa?

Para melhor compreensão deste processo suscitante de muitas dúvidas recomendo que leiam a peça do jornal i – que apresentamos em seguida. (CT/PG)

Revisor oficial de contas de Lisboa tem dúvidas sobre mil milhões nas contas de 2013

João D' Espiney – jornal i

Valor dos "bens valorizados desconhecidos" ascende a 842 milhões. Activos e passivos da Frente Tejo, extinta em 2011, estão por apurar

O revisor oficial de contas (ROC) da câmara de Lisboa levantou um conjunto de reservas sobre as contas de 2013 da autarquia, num montante superior a mil milhões de euros. Em causa estão as verbas registadas essencialmente em quatro rubricas, das quais se destacam as dúvidas em relação aos 841,5 milhões de euros de "bens valorizados desconhecidos".

"A regularização dos bens imobilizados [edifícios, máquinas, etc.) do município ainda não permitiu identificar bens valorizados em cerca de 841,5 milhões de euros que, apesar de registados contabilisticamente, não possuem registo na aplicação de imobilizado e não têm sido amortizados, pelo que, atendendo à antiguidade dos mesmos, o respectivo valor líquido deverá ser substancialmente inferior", escreveu o ROC do município, para concluir que "não nos é possível quantificar o valor global do imobilizado do município de Lisboa, que será ainda contabilizado por contrapartida de Fundos Próprios, nem o valor das respectivas amortizações, que afectarão não só os resultados do exercício (amortizações do ano), mas também os resultados transitados (amortizações de anos anteriores)." Por outro lado, ainda não estão "totalmente relevados os activos e os passivos decorrentes da liquidação da Frente Tejo" [que ocorreu em Novembro de 2011], os quais "ainda se encontram a ser apurados pelos serviços do município."

Confrontado pelo i com esta reserva, Fernando Medina, vice-presidente da autarquia e o responsável do pelouro das Finanças, explicou que "os bens referidos pelos auditores dizem respeito a empreitadas em curso à data da entrada do Plano Oficial de Contabilidade das Autarquias (POCAL), em 2000, primeiro ano em que ocorreu o registo da contabilidade patrimonial, não tendo sido, no entanto, ainda identificados e registados individualmente no cadastro dos bens do município". "À medida que os activos vêm sendo objecto de transacção pela CML, os mesmos são registados e valorizados. Apesar deste esforço progressivo de regularização, ainda estão por individualizar activos no valor de 842 milhões, num total de 3,7 mil milhões de euros, ou seja, pouco mais de 20%", acrescentou.

SUBSÍDIOS POR CONFIRMAR 

Outra das reservas levantadas prende-se com a rubrica dos proveitos diferidos, onde se incluem os subsídios de investimento, no montante de 173,5 milhões. Neste capítulo, o ROC da câmara diz que "não é possível validar esta rubrica e os respectivos proveitos extraordinários", em virtude de ainda se encontrar "em análise pelos serviços".

Sobre esta questão, Fernando Medina esclarece que "o que é posto em causa é se o valor deveria estar registado em proveitos diferidos, no passivo, ou se já deveria estar reconhecido em proveitos, em cadência com as amortizações dos bens". "Dos 173,5 milhões, 52,9 milhões já estão a ser reconhecidos em proveitos, 99 milhões estão alocados a bens que ainda se encontram em imobilizado em curso e, como tal, não estão a ser sujeitos a amortizações, e 11,6 milhões referem-se a bens ainda não identificados", revelou o vice-presidente, admitindo que "o problema para os auditores é que alguns dos bens que ainda estão em imobilizado em curso são antigos e, como tal, já deveriam estar em imobilizado corpóreo."

15 MILHÕES EM OBRAS COERCIVAS

 O ROC da autarquia também não validou o montante de cerca de 15 milhões de euros na rubrica dos custos diferentes relativos a obras coercivas e "com antiguidade significativa" que também "ainda se encontram em análise pelos serviços, para posterior regularização ou débito a terceiros". Em relação a esta matéria, o número dois de António Costa afirma que "o valor refere-se a empreitadas de obras coercivas para as quais ainda não foi efectuada a relação com a facturação do proprietário, ou seja, ainda não foi registado o custo, dado que não foi possível identificar o proveito associado". "A regularização está em curso e é um processo gradual e lento pela sua natureza e complexidade", admitiu.

Finalmente, o ROC chama a atenção para o facto de não terem sido divulgados "os montantes facturados por terceiros ao município, registados patrimonialmente, mas sem registo nos compromissos orçamentais, no montante aproximado de 29,7 milhões de euros".

"Os montantes facturados por terceiros encontram-se registados nas dívidas, no passivo, apenas não possuem dotação orçamental no ano de 2013", justificou Fernando Medina.

Passivo total da câmara aumentou 135,1 milhões

O passivo total da Câmara Municipal de Lisboa atingiu os 1420,1 milhões de euros em 2013, o que representa um agravamento de 135,1 milhões (10,5%) em relação a 2012. Este acréscimo é explicado pelo aumento de 80,2 milhões do valor das dívidas a terceiros, para 740 milhões, dos quais 388 milhões correspondem a dívidas de médio e longo prazo (+20,6%) – dos quais 285,9 milhões dizem respeito a empréstimos bancários (+2,8%) – e 351,9 de curto prazo (+4,1%). Adívida dos “outros credores” subiu 119,5% para 84,5 milhões. 

O valor das provisões para riscos e encargos também registou um aumento (6,6%) para 441,7 milhões. Deste total, 379,3 milhões correspondem a processos judiciais em curso (mais 69,6 milhões que em 2012). Este acréscimo “decorreu da informação prestada pelo Departamento Jurídico quanto aos processos judiciais em contencioso e respectivo risco associado”. A rubrica dos acréscimos e diferimentos também subiu (13,1%) para 238,3 milhões de euros em 2013.

Na foto: Fernando Medina, responsável pelo pelouro das Finanças, ao lado de António Costa - José Sena Goulão/Lusa

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Portugal: VÍTOR BENTO A CAMINHO DA CENTRIFUGAÇÃO



Pedro Tadeu – Diário de Notícias, opinião

Há um mês, Vítor Bento, o putativo próximo líder do Banco Espírito Santo e, se assim acontecer, 15% meu patrão, disse-me: "Uma coisa que se viu ao longo do último boom económico é que o gestor que transgride tem mais sucesso do que o gestor que não transgride, porque tem melhor resultado. E como tem melhor resultado, é recompensado pelo seu resultado".

Nessa entrevista para o Q. perguntei: "Portanto, aquele que foge aos impostos, aquele que engana o cliente, é o gestor que sai beneficiado?".

Ele: "Certo. Há uma centrifugação dos gestores que possam ter mais preocupações éticas porque, por terem essas preocupações, têm um resultado material pior. Como a sociedade não os valoriza por essa atitude, eles acabam por ser centrifugados e é criada uma seleção em que os melhores gestores são aqueles que têm os valores morais mais frágeis".

Vítor Bento chega ao BES com a reputação de um moralista. É um moralista que critica a sociedade por, na sua volátil diversidade moral, só partilhar um único valor: a riqueza e a posse de bens materiais.

Quem foge aos impostos não é visto como um criminoso mas como um esperto. Quem consegue ser um malabarista em contabilidade criativa arrisca-se a ser candidato a prémio Nobel. Quem domina um programa informático capaz de fazer milhões de transações em bolsa num único segundo, uma verdadeira batota tecnológica que qualquer casino proibiria, é declarado génio da finança. Quem tem lucros significativos mas despede magotes de trabalhadores em nome de uma desumana eficiência económica é medalhado como empresário exemplar. A ganância, o antigo pecado mortal, passou a ser dom de predestinados visionários.

Com os sustos que apanhámos nos últimos anos algumas coisas estão a mudar. A ganância está a ser moderada... mas só um bocadinho. Empurrado pela União Europeia (indiferente a dependências e conivências da paróquia portuguesa) o nosso sistema bancário está a fazer uma limpeza. Eu, que ao contrário de Vítor Bento, não acredito na bondade regenerativa do sistema que nos governa, acho que depois desta limpeza circunstancial o pó voltará a assentar e a sujidade que corrompeu os de antes irá corromper os de agora.

Vítor Bento, o moralista Vítor Bento, o homem que não é religioso mas que gostaria que a religião dominasse a moral do planeta será então, inevitavelmente, sujeito a tentação. Terá duas vias: pregar como Frei Tomás para nós fazermos o que ele diz mas não o que ele faz ou, placidamente, apresentar-se como um gestor candidato a ser centrifugado... Se escapar à sucção, será milagre. Boa sorte.

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Portugal - Greve: Várias dezenas de médicos concentrados frente ao Ministério da Saúde



TSF

Várias dezenas de médicos estão hoje concentrados frente ao Ministério da Saúde, em protesto contra as políticas de saúde, que levaram a Federação Nacional de Médicos (FNAM) a convocar uma greve de dois dias.

A maioria dos profissionais apresentou-se no protesto trajando batas brancas e são visíveis balões amarelos com as letras SNS, bem como cartazes com frases inscritas alusivas às principais reivindicações e motivos da greve.

"Não à lei da rolha", "internatos de qualidade", "pela defesa das carreiras", "pela defesa da contratação coletiva" e "fim do comissariado politico nas nomeações para cargos de direção" são algumas das frases que se podem ler nos cartazes.

A entrada do Ministério da Saúde encontrava-se pelas 15:45 protegida por cerca de uma dezena de polícias.

Hoje é o primeiro de dois dias de greve de médicos, a segunda que o ministro Paulo Macedo enfrenta em dois anos.

A publicação do código de conduta ética, a que os médicos chamam "lei da rolha", a reforma hospitalar, o encerramento e desmantelamento de serviços, a falta de profissionais e de materiais e a atribuição de competências aos médicos para as quais não estão habilitados são os principais motivos na base da convocação desta greve.

O protesto, que começou às 00:00 de hoje e decorre até às 24:00 de quarta-feira, foi convocado pela Federação Nacional dos Médicos (FNAM) e conta com o apoio da Ordem, de várias associações do setor e também de pensionistas e doentes.

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LIBERDADE DE EXPRESSÃO EM MACAU PODE ESTAR EM RISCO




Associação de Jornalistas de Macau está apreensiva com repressão contra académicos e elevado número de casos de abusos contra jornalistas

Cláudia Aranda – Ponto Final (mo)

A Associação dos Jornalistas de Macau (AJM), que representa cerca de 200 jornalistas, a maioria a trabalhar em meios de comunicação em chinês, está preocupada com a situação da liberdade de expressão em Macau, que “pode estar em risco”. A associação tenciona tomar uma posição pública ainda esta semana para atrair a atenção do Executivo para a situação.

Em questão estão os casos do despedimento do professor Éric Sautedé, da Universidade de São José, e da suspensão de Bill Chou, da Universidade de Macau, devido aos seus comentários políticos, assim como o número elevado de incidentes de agressão ou interferência no trabalho dos jornalistas locais.

“Temos receio que o que aconteceu com aqueles dois académicos seja apenas o princípio, que não sejam os últimos casos”, disse ao PONTO FINAL Connie Pang, presidente da AJM, acrescentando que estes exemplos podem ser sinal de que a liberdade de expressão pode estar a diminuir.  A associação está também apreensiva com o número de casos de censura e abusos contra jornalistas e a liberdade de imprensa.

“Há muitos incidentes que aconteceram nestes seis meses, desde o início do ano. Podemos dizer que a liberdade de imprensa em Macau está pior do que antes”, disse Connie Pang. “Instamos o Governo de Macau a dar mais atenção à necessidade de se proteger a liberdade de expressão”.

A associação tenciona reunir-se esta semana e só depois tomará uma decisão quanto ao tipo de acção a tomar. “A nossa posição é muito clara: estamos muito preocupados com a situação da liberdade de expressão em Macau. Como é que os cidadãos vão obter informação equilibrada se a maioria dos académicos que falarem com os media tiverem posições pró-Governo?”, questiona.

A associação está desde Fevereiro a recolher informação sobre casos de censura e de interferência contra jornalistas ocorridos nos últimos cinco anos  e espera poder apresentar um relatório dentro de poucos meses.

Um dos casos de prepotência das autoridades contra uma jornalista da MASTV quando esta tentava abordar o Chefe do Executivo, Chui Sai On, ocorrido a 3 de Maio,  foi objecto de uma petição apresentada pela AJM ontem ao Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP). A AJM lamenta a “inconsistência” da explicação da CPSP e do seu director-adjunto, Mui San Meng que, em 30 de Maio, justificou na Assembleia Legislativa a acção da polícia, sem oferecer repostas “conclusivas” no sentido de repor a verdade sobre o incidente. Mui San Meng disse na assembleia que o grupo de segurança de Chui Sai On não agrediu a jornalista, que os polícias apenas estavam a proteger o Chefe do Executivo com o seu corpo, resposta considerada inaceitável pela AJM.

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Grupo Ásia-Pacífico contra Branqueamento de Capitais reúne-se em Macau na próxima semana




Macau, China, 08 jul (Lusa) -- Macau vai acolher na próxima semana a 17.ª Reunião Anual do Grupo Ásia-Pacífico contra o Branqueamento de Capitais (APG), anunciou o Gabinete de Informação Financeira.

Mais de 350 delegados provenientes de 41 países e territórios e de diversas organizações internacionais e outras entidades observadoras do APG reunir-se-ão, entre os dias 15 e 18 de julho, em Macau, que acolhe o evento pela segunda vez, após a edição de 2003.

No encontro, marcado para a próxima semana, vão ser discutidos assuntos de interesse comum relacionados com o combate ao branqueamento de capitais (AML) e financiamento ao terrorismo e trocadas experiências no combate a esse tipo de práticas ilícitas, refere, em comunicado, o Gabinete de Informação Financeira.

Fundado em 1997, em Banguecoque, o APG, da qual Macau é membro desde 2001, com natureza de organização internacional autónoma, promove a cooperação e o cumprimento dos padrões internacionalmente reconhecidos - em particular as 40 Recomendações do Grupo de Ação Financeira Internacional contra o Branqueamento de Capitais (GAFI) - entre os países e jurisdições da região Ásia-Pacífico no combate ao branqueamento de capitais e financiamento ao terrorismo.

DM // APN - Lusa

Ministros de 21 economias da Ásia-Pacífico debatem turismo em Macau em setembro




Macau, China, 08 jul (Lusa) - Ministros de 21 economias vão estar presentes em Macau para a oitava Reunião Ministerial do Turismo da Associação de Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC), entre 08 e 14 de setembro, foi hoje anunciado.

A reunião vai contar com 500 participantes de cerca dez organizações internacionais incluindo os membros e o secretariado da APEC, Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), Organização Mundial do Turismo e Associação de Turismo da Ásia-Pacífico (PATA, em inglês), disse hoje o porta-voz do Executivo, Alexis Tam.

Paralelamente à reunião ministerial, Macau acolhe a 45.ª Reunião do Grupo de Trabalho do Turismo. No final dos encontros, será aprovado um documento designado "Declaração de Macau".

Os trabalhos preparatórios da 8.ª Reunião Ministerial do Turismo da APEC estão a ser realizados por uma comissão preparatória criada pelo chefe do Executivo de Macau, numa missão confiada pelo Governo central chinês 13 anos depois de a China ter sido anfitriã do evento.

"A integração no mercado do turismo da Ásia-Pacífico, a promoção da transformação e crescimento da indústria de turismo, o aproveitamento da tecnologia e a intercomunicação da região Ásia Pacífico, a cooperação e o desenvolvimento de um turismo com baixo teor de carbono", foram alguns dos objetivos elencados por Alexis Tam para a reunião que tem um orçamento de 75 milhões de patacas (6,9 milhões de euros).

O encontro "é uma oportunidade para Macau mostrar a sua capacidade ao nível da organização de eventos", disse, por sua vez, a diretora dos Serviços do Turismo, Helena Senna Fernandes.

Uma reunião dos ministros das finanças da APEC, prevista para setembro em Hong Kong, foi deslocada para Pequim pelo governo central, numa decisão justificada com questões logísticas e de coordenação para a cimeira anual de cooperação económica da Ásia-Pacífico, mas interpretada por algumas vozes como uma reação perante eventuais receios de boicote, numa altura em que Hong Kong tem sido palco de vários protestos.

Já Macau "não tem qualquer medo", disse Alexis Tam, indicando estar preparado para lidar com eventuais incidentes.

FV // APN - Lusa

Na Austrália, PM japonês relativiza tensão com China e abre a porta ao diálogo




Sydney, Austrália, 08 jul (Lusa) -- O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, relativizou a tensão com a China, defendendo que os dois países estão "indissocialvelmente ligados" e que a sua "porta está a aberta ao diálogo", numa entrevista publicada hoje pela imprensa australiana.

Shinzo Abe, que se encontra de visita oficial à Austrália, declarou em entrevista exclusiva ao diário The Australian, que é comum que nações vizinhas tenham vários assuntos por resolver.

"A China é um país importante que, a par do Japão e da Austrália, deve desempenhar um papel proeminente na salvaguarda da paz e da prosperidade na região da Ásia Pacífico", disse, realçando que ter "fortes expectativas" de que Pequim irá respeitar as normas internacionais e desempenhar um papel construtivo no que diz respeito aos assuntos regionais.

Neste sentido, e em consonância com o princípio de um relacionamento mutuamente benéfico, apoiada em interesses estratégicos comuns, "gostaria de desenvolver as relações com a China", assinalou Abe, garantindo que a sua "porta está sempre aberta ao diálogo" e que espera o mesmo tipo de abordagem por parte de Pequim.

As relações entre Tóquio e Pequim deterioram-se na última década, em parte por causa da disputa territorial das ilhas Senkaku/Diaoyu, agudizada com a compra, em setembro de 2012, por parte de Tóquio, de três dos cinco ilhotes do pequeno arquipélago, de apenas sete quilómetros, administrado, de facto, pelo Governo japonês.

A aprovação, a 01 de julho, de uma histórica alteração à sua Constituição pacifista adotada depois da II Guerra Mundial, que agora lhe permitirá, pela primeira vez, ajudar militarmente os seus aliados, se forem atacados, causou mal-estar na China, na Coreia do Sul e também mesmo junto de parte da sociedade nipónica.

A polémica 'mexida' foi, porém, elogiada pelo governo conservador de Abbott que, em outubro último, qualificou o Japão como o "melhor amigo" da Austrália na Ásia.

DM // DM - Lusa

Chegada do tufão Neoguri força retirada de milhares de pessoas no sul do Japão



08 de Julho de 2014, 12:25

As autoridades japonesas recomendaram a retirada de cerca de 55 mil pessoas hoje devido à chegada ao sul do país de um potente tufão que colocou o Japão sob alerta máximo.

O tufão Neoguri, cuja intensidade foi classificada como “muito forte” pela Agência de Meteorologia do Japão (JMA), já alcançou as ilhas mais meridionais da região de Okinawa.

O organismo meteorológico estatal decretou alerta máximo nas ilhas de Miyako e Okinawa principalmente por causa das rajadas de vento e das ondas, as quais poderiam atingir, respetivamente, 270 quilómetros por hora e 14 metros de altura.

Lusa, em Sapo TL

Austrália e Japão assinam tratado de livre comércio após sete anos a negociar




Sydney, Austrália, 08 jul (Lusa) -- A Austrália e o Japão celebraram hoje um tratado de livre comércio, após sete anos de negociações, numa cerimónia, em Camberra, na qual foi assinado um acordo de transferência de tecnologia e material de Defesa.

O Acordo de Associação Económica Japão-Austrália foi assinado pelo primeiro-ministro australiano, Tony Abbott, e pelo seu homólogo nipónico, Shinzo Abe, que realiza uma visita oficial de três dias ao país.

O tratado de livre comércio permitirá que 97% das exportações australianas para o mercado japonês beneficiem de acesso preferencial ou da isenção de taxas aduaneiras.

A título de exemplo, as taxas sobre a carne, o principal produto que a Austrália vende ao Japão, serão paulatinamente reduzidas até metade por via do tratado, o que irá permitir ao setor australiano 'poupar' 400 milhões de dólares anualmente, o qual contribuirá, de igual modo, para impulsionar o investimento japonês na Austrália.

Em paralelo, Camberra e Tóquio firmaram um acordo para a transferência de tecnologia e material de Defesa, um feito que surge depois de o Governo japonês ter realizado, a 01 de julho, uma histórica e controversa alteração da sua pacifista Constituição, adotada depois da II Guerra Mundial, que lhe permitirá, pela primeira vez, ajudar militarmente os aliados caso estes sejam atacados.

DM // JPS - Lusa

Foto: Stefan Postles/epa, em Sapo TL

ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS NA INDONÉSIA COMEÇAM DENTRO DE 10 HORAS




Por ocasião das eleições presidenciais na Indonésia, marcadas para o próximo dia 9, a Agência Efe envia hoje uma série especial de matérias com os seguintes conteúdos:

CAMPANHA - Jacarta - Cerca de 186 milhões de indonésios devem ir às urnas no próximo dia 9 para escolher o substituto do presidente Susilo Bambang Yudhoyono e consolidar a maior democracia do Sudeste Asiático. Por Eduardo Mariz Cortiñas.

PROGRAMAS - Jacarta - A Indonésia elegerá nas eleições presidenciais da próxima quarta-feira se vai colocar seu futuro nas mãos de Prabowo Subianto, um polêmico ex-general, ou do carismático e popular governador de Jacarta, Joko "Jokowi" Widowo. Por Eduardo Mariz Cortiñas.

JOKOWI - O popular governador de Jacarta, Joko Widodo, é o favorito para ser o próximo presidente da Indonésia e chegar ao ápice de uma fulgurante carreira política iniciada há nove anos na prefeitura de Surakarta.

PRABOWO - O ex-general Prabowo Subianto quer se tornar o próximo presidente da Indonésia com o apoio de conservadores e islamitas, que após renunciarem a seus próprios candidatos, apoiaram o ex-genro do ditador Suharto, apesar de seu passado obscuro. 

UOL (br)

*Título PG

Timor-Leste disponibiliza mais de 300 veículos para apoio a delegações da CPLP




Díli, 07 jul (Lusa) - O governo de Timor-Leste anunciou hoje a disponibilização de mais de 300 veículos para apoiar as delegações que vão estar no país no âmbito da cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

"O governo aprovou a requisição de 350 veículos pertencentes ao Estado para apoiar as deslocações das várias delegações que estarão em Timor-Leste no âmbito da cimeira da CPLP", refere em comunicado o governo timorense.

Timor-Leste espera receber mais de 600 pessoas durante a cimeira de chefes de Estado e de Governo da CPLP, que se realiza no próximo dia 23 em Díli, tendo também reservado cerca de 800 quartos em vários hotéis da capital.

As primeiras delegações vão começar a chegar ao país na próxima semana para a reunião de pontos focais de cooperação, que vai decorrer entre os dias 17 e 18, seguida da reunião do grupo técnico (dia 19) e da reunião do comité de concertação permanente (dia 21).

No dia 22, realiza-se a reunião do Conselho de Ministros.

Timor-Leste assume pela primeira vez a presidência da CPLP durante a cimeira de chefes de Estado e de Governo, que poderá ficar marcada pela entrada da Guiné equatorial.

Já confirmaram presença em Timor-Leste os presidentes de Portugal, Cavaco Silva, de Moçambique, Armando Guebuza, e de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, bem como o primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho.

MSE // JPS - Lusa

Timor-Leste: Obras a decorrer em Díli vão estar terminadas até à cimeira da CPLP




Díli, 08 jul (Lusa) - O ministro das Obras Públicas de Timor-Leste, Gastão de Sousa, afirmou hoje que todas as obras a decorrer em Díli vão ficar concluídas até à cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

"Todas as obras a decorrer em Díli vão estar prontas até a cimeira", afirmou o ministro timorense, em comunicado divulgado à imprensa.

Segundo Gastão de Sousa, até à próxima semana as estradas da capital, principalmente as "protocolares que vão servir a cimeira", vão estar "prontas e limpas".

No comunicado, emitido após uma reunião de coordenação técnica no Ministério dos Negócios Estrangeiros, Gastão de Sousa informa também que a ponte de Comoro vai ser inaugurada no próximo dia 20 e baptizada com o nome de "Ponte da CPLP".

Timor-Leste assume pela primeira vez a presidência da organização durante a cimeira de chefes de Estado e de Governo, a qual poderá ficar marcada pela entrada da Guiné Equatorial.

Já confirmaram presença em Timor-Leste os presidentes de Portugal, Cavaco Silva, de Moçambique, Armando Guebuza, e de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, bem como o primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho.

MSE // DM - Lusa

Diretor da ONU para Ásia e Pacífico inicia terça-feira visita a Timor-Leste




Díli, 07 jul (Lusa) - O diretor regional para a Ásia e Pacífico do Programa da ONU para o Desenvolvimento, Haoliang Xu, realiza entre terça-feira e sábado uma visita a Timor-Leste para discutir o apoio ao país e encontros com as autoridades.

"O objetivo da visita é proporcionar a Haoliang Xu uma oportunidade para testemunhar a operações e programa do Programa da ONU para o Desenvolvimento (PNUD) em Timor-Leste e para discutir o programa para o país para o período entre 2015 e 2019", refere em comunicado enviado à imprensa pela agência das Nações Unidas.

Durante a sua estada no país, o diretor regional para a Ásia e Pacífico do PNUD vai reunir-se com o primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, o chefe da diplomacia, José Luís Guterres, ministro da Justiça, Dionísio Babo, ministra da Solidariedade Social, Isabel Guterres, e com o ministro da Administração Estatal, Conceição Teme.

O programa da visita, distribuído à imprensa, inclui também encontros com o comandante geral da Polícia Nacional de Timor-Leste, Longuinhos Monteiro, e com o antigo primeiro-ministro timorense Mari Alkatiri.

Haoliang Xu esteve em Timor-Leste entre 2002-2004 como coordenador residente do PNUD.

Em Timor-Leste, o PNUD desenvolve programas de assistência no âmbito da capacitação das instituições, nomeadamente no setor da justiça e segurança, parlamento, direitos humanos, anticorrupção, desenvolvimento económico e gestão ambiental e de desastres naturais.

MSE // JPS - Lusa

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