terça-feira, 27 de maio de 2014

Portugal – Partido Socialista: António José Seguro vai à luta





A TSF confirmou junto de várias fontes da atual direção socialista que o secretário geral não vai entregar os pontos na reunião da Comissão Nacional, órgão máximo entre congressos, agendada para o próximo sábado, em Torres Vedras.

Certo é que ainda não é clara a forma como a liderança vai ser disputada entre António Costa e António José Seguro. De acordo com o calendário normal só haveria congresso após as próximas legislativas.

Para que as estruturas federativas distritais avancem para um congresso extraordinário têm de representar, no mínimo, mais de metade dos militantes inscritos no partido.

Há ainda quem sublinhe que a decisão nunca será tomada pela via estatutária, mas pela via política, já que os últimos resultados implicam uma ação imediata dentro do partido.

Certo é que dificilmente António Costa teria dado este passo sem ter a certeza de que há uma viragem clara dentro do partido.

De acordo com fontes socialistas, o atual presidente da Câmara de Lisboa terá avançado não apenas por pressão de apoiantes, mas sobretudo porque foi percebendo, desde o dia das eleições europeias, que as bases do partido podem ter começado a fugir das mãos de António José Seguro.

João Alexandre - TSF

Portugal - PS: Um resultado inseguro que faz críticos darem à costa



Rita Tavares – jornal i

O teste eleitoral das europeias não correu tão bem como Seguro esperava e o PS pede uma análise realista. António Costa volta às contas dos socialistas com dúvidas sobre o actual líder

Anteontem à noite, no Hotel Altis, pediam-se sorrisos aos socialistas no andar onde estavam instalados os directos televisivos. O resultado eleitoral não chegava para os provocar de forma espontânea. Por trás desta fachada, o partido voltou a fervilhar, mas agora com cautelas. Se há dúvidas sobre as capacidades de Seguro, também há desconfiança sobre a real vontade de António Costa de desafiar a liderança nesta fase.

O autarca socialista voltou a ser o nome falado para substituir Seguro, sobretudo pela análise que fez a um resultado curto do PS. "Para ganhar eleições em condições de governabilidade não basta ganhar por um voto", disse. Entre os críticos de Seguro nasceu de novo a expectativa, mas desta vez contida. "Ninguém vai dizer nada, as pessoas estão escaldadas", diz ao i um dirigente socialista recordando a quase-candidatura de Costa no início de 2013, que acabou por deixar pendurados muitos dos seus apoiantes.

Para os críticos da actual direcção, "Costa estará disponível, mas à espera de uma vaga de apoio. Só que isso só acontecerá com ele a liderar". Entre os habituais apoiantes de Costa pouco se arrisca e aguarda-se a reunião da Comissão Nacional do PS no sábado, que vai analisar a votação nas europeias. "Não há desculpas para uma nova falsa partida", atira outro socialista. Mas a expectativa é que apareça uma voz suficientemente forte que desencadeie naturalmente aquilo que os estatutos, alterados por Seguro, tornaram mais difícil: disputar a liderança, quando o mandato passou a ter a duração do mandato do governo.

E apesar de, neste círculo, o resultado socialista ser visto como "uma vergonha", também há quem aponte que desafiar a liderança de Seguro nesta altura poderia "branquear aquilo que também foi uma derrota muito séria de direita".

AGITAÇÃO 

Os magros 3,76 pontos que separaram a coligação e o PS deixaram os mais desconfiados com a capacidade de liderança de Seguro convictos que "o PS pode perder eleições, a vitória não está garantida e que se o PS ganhar, fica na mão da direita", no resumo de um dirigente socialista. Logo na noite de domingo, no facebook, o ex-presidente do governo dos Açores Carlos César disse que os eleitores mostraram que "têm dúvidas muito significativas" sobre se devem confiar a Seguro "o exclusivo de execução desse novo rumo". Depois foi Costa que veio pressionar ao dizer que "nas legislativas o PS não pode ter uma vitória que sabe a pouco". João Galamba, num artigo no site do "Expresso", analisou o desaire da social- -democracia na Europa e disse que o PS ficou "longe" de uma vitória histórica. Foi comentado no Twitter por Duarte Cordeiro, vereador de Costa na Câmara de Lisboa: "Enormes preocupações."

Ao i Vítor Ramalho diz que "o povo não quer este governo, mas também não deu apoio ao PS, nos termos em que o PS exigiu". "Até uma criança vê que o resultado do PS não pode levar ao triunfalismo", diz este socialista próximo de Mário Soares, que não descarta um desafio à liderança: "Não somos um partido do centralismo democrático, em que tudo é decidido no comité central. Vai depender exclusivamente da vontade dos militantes." E aconselha "uma análise humilde" dos resultados. Tal como Eduardo Cabrita: "O PS tem de reflectir sobre a forma de alargar as condições para consolidar a liderança neste processo de mudança". " Tem de se abrir mais à sociedade", diz.

MUDAR SISTEMA 

Na direcção socialista, o resultado é visto como uma "grande vitória" do PS. Mas Álvaro Beleza é mais contido e ao i diz que "cumpre ao PS ler com humildade estes resultados e introduzir reformas sobre a boa governação". O secretário nacional do partido já o defende há algum tempo e considera que esta devia ser a reacção do partido à noite eleitoral.

"Um código de ética para os políticos, instituir a exclusividade de funções, reduzir o número de deputados, introduzir círculos uninominais", são temas que acredita terem de ser revistos "para que as pessoas acreditem que quem está na política está para servir o bem comum". "Hoje o que está em causa é o próprio regime e o seu funcionamento", acrescenta, sobre um tema que vai ser o da Universidade de Verão do partido. Mas o foco da direcção está noutra leitura, como lembra Eurico Dias ao i: "Hoje somos o maior partido português, o resto são especulações." É tempo de discutir a liderança? "Não é. É o momento para continuar a trabalhar."

Portugal: Governo não explica um terço da austeridade para 2014 e 2015



Ana Suspiro - jornal i

O Conselho de Finanças Públicas diz que há medidas de ajustamento de 1661 milhões de euros por especificar no DEO

O Conselho de Finanças Públicas (CFP) detectou medidas no valor global de 1661 milhões de euros por especificar do Documento de Estratégia Orçamental (DEO) apresentado pelo governo em Abril. Na análise a este documento, que estabelece as linhas de orientação para as contas públicas até 2018, o Conselho conclui que as medidas de consolidação orçamental não especificadas representam este ano 1144 milhões de euros (0,7% do Produto Interno Bruto) e em 2015 ascendem a 517 milhões de euros (0,3% do PIB), "o que corresponde a cerca de um terço das medidas permanentes".

Segundo o órgão liderado por Teodora Cardosa, "estes montantes respeitam a medidas para as quais não existe especificação que permita perceber a sua natureza e composição, e consequentemente, avaliar os respectivos impactos". O CFP recomenda que a apresentação das propostas de Orçamento do Estado para 2015 deve ser acompanhada de uma decomposição das grandes medidas e de uma explicação operacional de como serão implementadas. 

Apesar de considerar que o cumprimento do objectivo de médio prazo de um défice estrutural de 0,5% do PIB será suficientes para cumprir a regra de redução da dívida, fixada no tratado orçamental europeu, o CFP sublinha que o DEO 2014 não apresenta uma análise de sustentabilidade da dívida no longo prazo.

O documento assinala ainda que as projecções do Ministério das Finanças para o médio prazo pressupõem um maior contributo da receita para o ajustamento orçamental do que o previsto no DEO do ano passado.  O Conselho avisa ainda que a manutenção de um saldo orçamental previsto para o médio prazo "dependerá crucialmente da capacidade de gerar excedentes primários significativos". 

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Portugal: António Costa disponível para ser candidato à liderança do PS



TSF

O presidente da Câmara de Lisboa António Costa anuncia que está disponível para ser candidato a líder do PS

António Costa afirmou, na cerimónia de inauguração de um monumento de homenagem a Maria José Nogueira Pinto, que seria «imperdoável» que não se mostrasse disponível para liderar a mudança no país e constituir um «Governo sólido em Portugal».

O autarca afirmou também que não quer alimentar qualquer tabu e que sentiu um «dever patriótico» de avançar.

Em declarações aos jornalistas no final de uma cerimónia na Ribeira das Naus, em Lisboa, o atual presidente da câmara lisboeta defendeu que «Portugal precisa de uma solução de governo forte que garanta a mudança».

«Sinto que é meu dever corresponder aquilo que eu lancei e que eu sinto ser aquilo que os socialistas e de muitos cidadãos que não sendo socialistas acham que eu posso e tenho o dever de dar o contributo ao país», afirmou.

António Costa não esclareceu se vai abandonar a Câmara de Lisboa.

O cabeça de lista do PS às eleições europeias Francisco Assis afirmou à TSF que respeita a decisão de António Costa, mas não vê «razões» para os socialistas avançarem com a «substituição da liderança» do partido.

Francisco Assis salienta a «vitória clara» do PS nas eleições europeias, sublinhando que venceu «contra dois partidos de direita coligados».

Para o socialista Manuel Alegre, ouvido pela TSF, o resultado do PS nas eleições europeias «foi bom», mas não coloca o partido numa «posição confortável para as legislativas».

Por isso o contributo de António Costa poderá ser «muito importante para o fortalecimento do PS», afirma Manuel Alegre, lembrando que também considera o mérito de António José Seguro e que é «amigo dos dois».

Manuel Alegre salienta ainda que esta decisão de António Costa é «corajosa» e que deve ser encarada com «naturalidade».

Já Álvaro Beleza, do secretariado nacional do PS, diz que depois de uma vitória nas eleições europeias «pôr em causa a liderança não é muito inteligente», defendo que o mais importante seria «unir as várias esquerdas à volta do PS para um Governo de futuro».

Álvaro Beleza refere que António Costa concordou com a campanha e a lista de candidatos por isso mostra-se surpreendido que o presidente da Câmara de Lisboa tenha mostrado disponibilidade para ser candidato à liderança do PS.

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Angola: A INICIATIVA PRIVADA



Jornal de Angola, editorial

O empreendedorismo constitui uma realidade que se vai afirmando no nosso país e é necessário que a dinâmica do seu crescimento seja acompanhada por serviços públicos que têm de praticar actos para assegurar actividades produtivas

A criação de empresas é fundamental para a revitalização da nossa economia, tendo sido bem acolhida a medida legislativa tomada pelo Parlamento no sentido da redução de encargos legais para a constituição de sociedades comerciais, no quadro da promoção da competitividade das unidades produtivas nacionais.

Numa economia de mercado, como é a nossa, importa que a iniciativa privada esteja em expansão, para termos um tecido empresarial forte e produtor de bens e serviços diversos em todo o território nacional. Diminuir barreiras burocráticas, permitindo que empreendedores nacionais possam ter as suas empresas, constitui um importante passo no sentido de um surgimento mais acelerado de empresas, até porque temos no país angolanos com capacidade para realizar actividades produtivas.

Viabilizar a criação de micro, pequenas e médias empresas no país é trabalhar em prol de iniciativas que estejam focadas não só na extracção de petróleo, mas também em outros sectores. 

O ministro dos Petróleos, Botelho de Vasconcelos, deu-nos uma boa notícia quando afirmou, em entrevista ao Jornal de Angola, que tem diminuído o peso do petróleo no Produto Interno Bruto, assistindo-se a uma constante diversificação da economia, que pode estar a dever-se ao facto do empresariado privado perceber que vale a pena investir noutras áreas, que não as do petróleo e diamantes, para assegurar lucros.    
  
A diversificação da economia permite que o país não dependa apenas do petróleo, devendo emergir empresas que estejam concentradas na produção de bens e serviços em áreas como as pescas, a agricultura e a pecuária. A indústria transformadora deve continuar a ser uma das grandes apostas dos empreendedores, aos quais o Estado deve continuar a prestar especial atenção, criando incentivos de natureza diversa para que o empresariado nacional emergente tenha pernas para andar e venha a ter uma actividade sólida e com resultados que se traduzam em crescimento da nossa economia. 

O país precisa de ter muitas empresas para que a economia esteja a crescer continuamente. São as empresas que surgem em diferentes ramos de actividade produtiva que garantem um número elevado de empregos. E é por isso que o Estado está centrado na criação de condições para que muitos angolanos possam com facilidade constituir empresas.

É importante que os servidores do Estado que estão em instituições públicas vocacionadas para viabilizar o surgimento de unidades produtivas compreendam que a desburocratização do processo de constituição de sociedades comerciais representa um contributo ao desenvolvimento da nossa economia.

Com a entrada em vigor de uma lei que estabelece a diminuição de encargos e custos legais para a constituição de sociedades comerciais, espera-se que este diploma, recentemente aprovado pela Assembleia Nacional, venha a traduzir-se na prática em instrumento valioso para todos os que são potenciais empresários.

Ao desburocratizar, por via de uma lei, a criação de empresas, o Estado cumpre um importante papel de intervenção, por via legislativa, na economia. Nos termos da nossa Constituição, o Estado protege a livre iniciativa económica e empresarial, fazendo todo o sentido que coloque instituições suas ao serviço de uma actividade empresarial que se pretende sempre crescente. 

A sociedade angolana é maioritariamente constituída por jovens e é normal que haja por parte destes iniciativas que vão no sentido de se empreenderem acções no campo empresarial. Deve-se apoiar a vitalidade e criatividade de jovens que querem fazer carreira na vida empresarial.  

Temos de deixar de olhar para o petróleo e diamantes como as únicas fontes de riqueza. Há no país competências para se desenvolverem actividades múltiplas que nos podem proporcionar bem-estar.

As nossas escolas, de ensino médio e superior, espalhadas por todo o país, têm formado quadros em diferentes ramos do saber. O ideal é que muitos desses quadros tenham iniciativas empresariais e façam uso dos seus conhecimentos em qualquer ponto do território nacional para ajudarem a gerar projectos produtivos, na perspectiva de uma cada vez maior diversificação da economia, que nos torne auto-suficientes em vários domínios da produção de bens e serviços. Que as diferentes iniciativas  empresariais que surgem sejam permanentemente  incentivadas, para que o país esteja sempre a progredir. As empresas garantem crescimento e desenvolvimento.

Angola: Bloco Democrático propõe plataforma da oposição




Unita e CASA apoiam a ideia

Manuel José – Voz da América

A Unita e a CASA-CE declararam o seu apoio à formação de  uma “plataforma de concertação” da oposição proposta pelo Bloco Democrático.

Uma das conclusões da sexta reunião da Comissão Política do Bloco Democrático vai para a criação de uma plataforma de concertação com as forças políticas na oposição para uma cruzada contra todas as formas de violações da lei e da Constituição.

O Secretário-geral do BD, Filomeno Vieira Lopes, disse à Voz da América que é preciso unir sinergias contra as injustiças perpetradas pelo actual regime no poder em Angola.

"Devem todas as actividades políticas da oposição ver aquilo que conjuntamente devem estudar entre todos e agir como uma única força suficiente capaz de resolver algumas causas em benefício do povo angolano", disse acrescentando que essa é a única maneira que há para demover do poder o actual regime.

"Se não existir uma acção conjugada entre os partidos políticos e outras personalidades que tenham uma visão política vai ser praticamente impossível demovermos o obstáculo para que em Angola haja um clima de liberdade, democracia e reconciliação," afirmou.

A proposta foi  aplaudida pelo maior partido na oposição em Angola.

O Secretário-geral da Unita, Vitorino Nhany acredita que a ideia é boa e a defesa dos direitos dos cidadãos deve ser o cavalo de batalha desta plataforma.

"Essa plataforma comum é salutar, para defendermos os interesses dos angolanos porque quem devia defender esses direitos viola a constituição e naturalmente isso dá azo a que os seus subordinados e outros também violem a própria constituição e a lei”, disse.

A CASA-CE também considera uma medida necessária, para acabar com o regime que se perpetua no poder.

"'É bem-vindo todo esforço conjugado para acabarmos com esta situação que vivemos há sensivelmente 39 anos e que tem nos retirado um pouco da nossa dignidade e auto estima, para resgatarmos isto mesmo e trazermos para Angola um sistema de governação que sirva os interesses dos cidadãos," disse o Secretário executivo nacional da CASA-CE, Leonel Gomes.

Angola: Manifestação prevista para esta Terça-feira




Principais partidos da oposição declaram apoio

Coque Mukuta - Voz da América

Vários partidos da oposição declararam o seu apoio a uma programada manifestação de jovens para Terça-feira, 27, em Luanda.

A manifestação foi convocada para protestar contra assassinatos alegadamente levados a cabo por forças ligadas ao Governo e coincide com mais um aniversário da alegada tentativa de golpe de estado de Nito Alves em 1977.

Após o esmagamento dessa  rebelião centenas, senão milhares de pessoas foram presas e executadas sumariamente.

A FNLA e o PRS, ainda não se pronunciaram sobre a manifestação, mas o Bloco Democrático, CASA-CE e a UNITA mostram-se solidários com a iniciativa de manifestação.

Desconhece-se qual será a reacção das autoridades.

Na última tentativa de manifestação realizada a 3 deste mês, para exigir a transmissão dos debates parlamentares na Televisão Pública de Angola, a Polícia Nacional, deteve os jovens e levou-os para a Zona do Kalumbo, a 100 quilómetros fora do centro da cidade de Luanda, acto que já foi condenado pelo deputado da CASA-CE, Lindo Bernardo Tito, que considerou a atitude de “ condenável a todos os títulos e repugnante”.

“O regime ditatorial não pode matar agora por causa do impacto e começa agora deter os jovens para serem levados fora das cidades. É triste” lamentou o deputado.

O deputado da Unita, Alcides Sakala condenou o acto da polícia.

“É uma postura excessivamente habitual da polícia, que deve ser condenada a todos os títulos e por todos”, disse.

O deputado João Pinto do MPLA, afirma que o acto da polícia nacional é normal desde que os jovens não sejam colocados num local de risco.

“Uma coisa é a medida de polícia que não podemos interferir porque só a polícia sabe, porque tem alguns instrumentos, outra coisa é abandonar de forma abusivamente pessoas”, disse João Pinto para quem as medidas da polícia se justificam “se for para dispersar grupos que podem pôr em causa a ordem pública, desde que não ponham em causa a vida dos mesmos”.

Para o Jurista Albano Pedro, o acto da polícia é um acto condenável por lei e os jovens devem imediatamente proceder a uma providência cautelar junto das entidades judiciais para se prevenirem das próximas acções da Polícia Nacional.

Isabel dos Santos consolida-se nas telecomunicações entre diferendos




NÓS é o resultado da fusão entre a ZON e a Optimus na área das telecomunicações em Portugal. A filha do Presidente de Angola tem já uma forte participação acionista, mas está confrontada com um diferendo com a PT.

Está já a operar no mercado a NÓS, grupo que resulta da fusão entre a ZON e a OPTIMUS, onde a empresária Isabel dos Santos, filha do Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, tem uma importante participação acionista igual à parceira Sonaecom, de Paulo Azevedo.

A nova empresa de telecomunicações e multimédia, apresentada com pompa, na passada sexta-feira (23.05), em Lisboa, aposta para já no mercado português, mas a expansão internacional para além de África faz parte da estratégia de investimento de médio prazo.

O presidente executivo, Miguel Almeida, enfatiza que a nova empresa tem tudo para fazer sucesso no mercado. "Nós próprios temos uma participação numa operação que atua no mercado angolano e moçambicano, que está a correr muito bem. Já estamos presentes no mercado africano, temos, a médio prazo, a ambição de crescer fora do mercado português."

Mas Almeida salienta que a "ambição, neste momento, é entrar no mercado português."

Assunto tabu

O rosto da segunda maior operadora de telecomunicações do mercado português não quis, entretanto, comentar o diferendo entre as empresas angolanas ligadas a Isabel dos Santos e a PT (Portugal Telecom), por causa de empréstimos e pagamentos de comissões reclamados pela operadora liderada por Henrique Granadeiro.

O presidente executivo da NÓS, entretanto, não aceitou falar sobre o caso aos microfones da DW África. "Como deve imaginar esse tema não me diz respeito, não conheço, não sei e não vou comentar", esquivou-se.

Num relatório elaborado no âmbito da fusão com a brasileira Oi, a PT aponta reservas às contas da UNITEL, empresa que detém participação de 25% através da Africatel, tal como detém Isabel dos Santos.

Em causa está um empréstimo a uma empresa da filha do Presidente de Angola, concorrente da PT em Cabo Verde e São Tomé e Príncipe. As operações visadas também incluem um pagamento de 155 mihões de dólares por serviços de gestão prestados por uma empresa não identificada no referido relatório.

Celso Filipe, um dos autores do livro “O Poder Angolano em Portugal – Presença e Influência do Capital de um País Emergente”, esclarece que o contencioso entre Isabel dos Santos e a PT relativamente à posição desta na UNITEL já é antigo, mas que agora ganha notoriedade.

Na opinião do autor isso acontece "porque no exato momento em que se insiste na saída da PT do capital da UNITEL ocorre também a consumação do casamento entre a ZON e a OPTIMUS que transforma o grupo SONAE e Isabel dos Santos, por igual, nos maiores acionistas desta empresa."
Desatar o nó

O jornalista segue as pisadas do investimento angolano e considera que o conflito empresarial é necessáriamente um nó a desatar, mas que causa incómodo às duas partes. A PT é uma aliada em Angola e concorrente em Portugal.

E Celso Filpe
explica qual a situação de cada um: "Ambas as partes têm argumentos a seu favor, a UNITEL diz que a PT não cumpriu diversas regras e que passou a posição para uma subsidiária - a AFRICATEL. A manobra foi a revelia dos outros acionistas da UNITEL. A PT tem feito finca-pé e percebe-se bem a sua posição que é nós temos dividendos em atraso a receber e queremos receber os dividendos a que temos direito."

O autor recorda que "até porque a entrada da PT na UNITEL foi uma entrada apadrinhada pelos governos português e angolano, a PT também foi convidada a entrar num momento em que a UNITEL se envolveu, em que precisava do apoio técnico, do conhecimento e do know-how que dispunha nessa área."

E pelo que considera uma questão de bom senso, o autor dá razão a um dos interessados: "Portanto é bem da forma como isso foi feito, seria, pelo menos, de mau tom que a PT fosse empurrada de uma casa que ajudou a criar e na qual tem créditos no seu desenvolvimento."

Para Celso Filipe, este braço de ferro terá um desfecho, provavelmente, durante este semestre. Considera que este diferendo não é relevante a ponto de pôr em causa a teia de influência que Isabel dos Santos já tem em Portugal.

Deutsche Welle – Autoria: João Carlos (Lisboa) - Edição Nádia Issufo / Marcio Pessôa

MDM recua quanto a regalias de ex-políticos, mas não informa passos seguintes




O MDM pede desculpas aos moçambicanos pela aprovação, por parte da sua bancada parlamentar, das leis que atribuem regalias aos deputados e aos ex-Presidentes da República. Partido não especifica que atitudes tomará.

Os deputados moçambicanos aprovaram em março duas leis, apelidadas pelas vozes críticas de “leis de saque”, que prevêm regalias para antigos chefes de Estado, com um impacto orçamental superior a um milhão de euros. A lei passou à especialidade, depois de aprovada pela FRELIMO, o partido no poder, e o MDM, a segunda maior força da oposição.

Agora, o MDM, na voz do presidente do partido e candidato às eleições presidenciais de outubro, Daviz Simango, pede desculpas ao povo moçambicano pelo facto “de a bancada ter cometido um grande erro ao aprovar as regalias, quando a população vive na pobreza”.

O líder da bancada parlamentar do MDM, Lutero Simango, justifica este passo atrás na decisão do partido: "Nós temos acompanhado que a sociedade civil se organizou para protestar contra aquilo que é a pretensão da Assembleia da República. E quem somos nós para estar acima dos interesses dos moçambicanos?"

Face a essa situação Lutero Simango reitera, aos microfones da DW África, que "a decisão do partido foi de que estamos com os moçambicanos, que essas regalias são excessivas e a direção do partido está totalmente solidária com a sociedade civil."

As justificações do MDM

A lei define que os antigos Presidentes têm direito a um subsídio de reintegração equivalente a dez anos do vencimento-base atualizado.

A lista de regalias inclui ainda viagens em primeira classe, ajudas de custo nas deslocações em missão de Estado, despesas de representação e subsídios mensais actualizados, bem como uma viagem anual de férias, com passagens aéreas em primeira classe, ajudas de custo e proteção especial para a família.

Já em maio passado, cerca de 20 organizações da sociedade civil saíram às ruas em protesto contra a aprovação destas leis, apelando à não promulgação das mesmas pelo chefe de Estado.

Inicialmente, o MDM justificou a aprovação da medida afirmando que “aceitou a proposta como um princípio”, mas que a bancada teria “algumas correções a introduzir”.

À DW África, Lutero Simango afirmou que a questão ainda está em aberto, mas escusou-se a adiantar qual será agora a posição do MDM perante a proposta: "Penso que a janela está aberta para o debate e discussão. Entretanto, aguardemos o momento oportuno e a bancada, de acordo com a orientação do partido, poderá pronunciar-se."

O chefe da bancada parlamentar do MDM acrescenta, entretanto, que "tomada esta posição [do pedido de desculpas], a bancada nada tem a declarar, mas sim de acatar e cumprir aquilo que foi a decisão do partido."

MDM passa responsabilidade a Guebuza

As duas leis ainda estão nas mãos do Presidente da República, para promulgação. O presidente do MDM, Daviz Simango, afirmou já ter reunido com os líderes de bancada e deputados a propósito da votação favorável e unânime que as medidas mereceram do seu partido.

Simango declarou ainda que pretende pedir uma audiência ao Presidente Armando Guebuza para lhe transmitir a posição do MDM e solicitar que o chefe de Estado torne a enviar as medidas à Assembleia da República para reapreciação.

Lutero Simango, por sua vez, prefere deixar a decisão final para o Presidente da República: "De acordo com as normas da Assembleia, a proposta de lei já foi discutida no Parlamento e agora está no gabinete do chefe do Estado para efeito de promulgação. Agora cabe-lhe ter a decisão final, conforme o enquadramento jurídico moçambicano."

Além do atual Presidente moçambicano, que abandona o cargo no início do próximo ano, as leis– caso sejam promulgadas – vão beneficiar também o seu antecessor, Joaquim Chissano.

Deutsche Welle - Autoria: Maria João Pinto - Edição: Nádia Issufo / António Cascais

Moçambique: Governo diz que Dhlakama é livre de sair das matas




Gabriel Muthisse diz que o governo não tem nenhuma intenção de exterminar o líder da Renamo

Afonso Dhlakama, lider da Renamo, é livre de abandonar o esconderijo onde se acoita nas matas de Gorongos, provincia de Sofala, e iniciar o trabalho com vista às eleições gerais de outubro e participar na vida social, económica e cultural do país.

Quem assim o diz é o subchefe da delegação do Governo no diálogo político com a Renamo, Gabriel Muthisse, quando instado pelo “Noticias” a comentar as declarações do líder da Renamo, que esta sexta-feira chamou a imprensa para manifestar o desejo de abandonar as matas onde se encontra refugiado para exercer actividades políticas com vista à sua participação nas eleições de Outubro deste ano.

Ainda segundo Muthisse, as acusações da existência de uma operação de cerco ao líder da Renamo, com vista ao extermínio das forças da oposição, não tem qualquer fundamento.

Dhlakama encontra-se a viver fora das cidades desde 2012, pimeiro em Satunjira e depois nas matas de Gorongosa.

O País (mz)

Frelimo lesou estado em mais de 479 mil dólares com isenções fiscais




O valor em causa seria suficiente para construir quatro centros de saúde com maternidade

O Estado moçambicano poderia arrecadar mais de 479 mil dólares com as isenções fiscais que a Frelimo é acusada de ter vendido à empresas pela pesquisa do Centro de Integridade Pública.

Com ajuda de um despachante aduaneiro a STV conseguiu apurar em quanto o Estado foi lesado com a importação de diferentes bens acobertos de isenção fiscal pelo Partido Frelimo. Para o tipo de mercadorias em causa normalmente o importador deve pagar 20% do custo da importação e mais 17% do IVA.

Segundo a pesquisa do Centro de Integridade Pública o partido no poder vendeu isenções fiscais a empresários e particulares que por sua vez importaram motorizadas, pneus, tecidos, congeladores entre outras mercadorias que ao todo como apuramos lesaram o estado em mais de 479 mil dólares.

 Este valor dá para construir quatro centros de saúde com maternidade em igual número de distritos, se tivermos em conta que seriam necessários 115 mil dólares para a construção de cada.  

O País (mz)

Intervenção concertada da CPLP na Guiné-Bissau "seria o ideal" - Xanana




Lisboa, 26 mai (Lusa) - O primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, defendeu hoje que uma "intervenção concertada de todos os membros da CPLP na Guiné-Bissau "seria o ideal".

Na conferência de imprensa que se seguiu à XV reunião de ministros da Defesa da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que hoje se realizou no Forte de São Julião da Barra, em Oeiras, Xanana Gusmão frisou que só uma intervenção concertada "responderia às necessidades de reforma do setor de segurança" guineense.

O chefe de Governo timorense assinalou que Timor-Leste está em posição de ajudar, já que tem "uma certa experiência", por ter vivido um "conflito prolongado" a seguir ao qual foi necessário "desmobilizar as forças armadas".

Porém, reconheceu, a Guiné-Bissau tem "a particularidade" de manter "ex-guerrilheiros nas forças armadas de hoje".

Recordando que as forças armadas guineenses tiveram "um papel relevante" no "desrespeito pela ordem constitucional", Xanana aplaudiu, por outro lado, "a coragem dos atuais líderes" militares e policiais, que, acredita, "estão agora imbuidos de vontade de mudar o rumo dos acontecimentos".

Por seu lado, o ministro da Defesa brasileiro, Celso Amorim, renovou "o compromisso" em apoiar a Guiné na "profissionalização" e "modernização" das forças armadas, no sentido de as habilitar "para combater as ameaças globais", como o narcotráfico.

Sem descartar a importância, também, da reforma do setor de segurança e defesa, incluindo a desmobilização dos atuais militares, garantiu que "o Brasil está muito empenhado em ajudar", reconhecendo que tal reforma exige "financiamento, porque tem um custo".

Já uma eventual ação conjunta da CPLP tem de "levar muito em conta o que pensam os países da região e as organizações regionais", sublinhou.

"A situação na Guiné-Bissau nos preocupa a todos, e muito, há muito tempo aliás", assegurou.

Por seu lado, o ministro da Defesa português, José Pedro Aguiar-Branco, foi mais cauteloso nas declarações sobre a situação na Guiné-Bissau, sublinhando que a reunião de hoje foi "uma reflexão sobre os resultados eleitorais e o caminho a seguir" e "ainda não foi o fórum para tratar de medidas em concreto", que será realizado "em momento oportuno".

Aguiar-Branco disse apenas que a organização lusófona "renovou o compromisso" de "contribuir para a consolidação do sistema democrático" na Guiné-Bissau.

Recordando que, no quadro da CPLP, "não existe uma acão de intervenção conjunta na área da defesa", Aguiar-Branco assegurou "empenho, colaboração e cooperação em ações que se possam vir a desenvolver para consolidar o processo" em curso na Guiné-Bissau.

Considerando que as eleições foram "um passo sustentado e duradouro para o regresso à normalidade", o ministro transmitiu ainda "o desejo" de que a Guiné-Bissau "regresse o mais depressa possível" à área de intervenção de defesa na CPLP.

Moçambique transferiu hoje a presidência do setor da Defesa da CPLP para Portugal e São Tomé e Príncipe vai acolher a próxima reunião de ministros da Defesa daqui a um ano, adiantou.

SBR // EL – Lusa, com foto em Sapo TL

Adesão da Guiné Equatorial vai "engrandecer" organização - Baloi




Cidade da Praia, 26 mai (Lusa) - O ministro dos Negócios Estrangeiros moçambicano afirmou hoje, na Cidade da Praia, que a adesão da Guiné Equatorial à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), prevista para julho em Díli, vai "engrandecer" a organização.

Oldemiro Balói, que falava aos jornalistas no final de um encontro de trabalho com o seu homólogo cabo-verdiano, Jorge Borges, considerou que a Guiné Equatorial tem feito "um esforço notável" e "suficientemente significativo" para cumprir os valores e objetivos da CPLP.

"É um passo que há-de engrandecer a CPLP e, se aliarmos a isso o facto de já haver alguns países que pretendem ter o estatuto de observador, mostra que a nossa organização é melhor que do que nós próprios pensamos", sublinhou o também presidente do Conselho de Ministros dos "oito" estados membros da organização.

Segundo Oldemiro Balói, que iniciou hoje uma visita oficial de três dias a Cabo Verde, as adesões "têm sempre regras".

"Por isso é que a Guiné Equatorial andou aí alguns anos a realizar ações, a abrir-se mais em termos democráticos, a atender a questões de direitos humanos, como a recente moratória em relação à pena de morte, a criar instituições e a formar gente, sempre sob monitoria da CPLP", assegurou.

"Considera-se que o esforço é suficientemente significativo para que a Guiné Equatorial possa aderir, pois fez um esforço notável. A adesão não é um fim em si, é fazer parte de um grupo relevante, como a CPLP, e dentro desse grupo, procurar superar-se, que é o que todos nós temos tentado fazer. Nenhum país da CPLP pode reclamar um estatuto de perfeição ou de quase perfeição", sustentou.

Oldemiro Balói lembrou que nenhum dos "oito" tem agora uma posição individual, uma vez que o próprio Conselho de Ministros da organização, na reunião de fevereiro em Maputo, aprovou uma recomendação para a adesão da Guiné Equatorial, que será analisada na Cimeira de Chefes de Estado e de Governo a realizar em julho próximo na capital timorense.

Jorge Borges, por seu lado, não prestou declarações aos jornalistas.

JSD // EL – Lusa

Na foto: Obiang, sanguinário ditador que mantém os poderes e controlo do país. (PG)

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