sexta-feira, 15 de novembro de 2013

ELEIÇÕES GERAIS NA GUINÉ-BISSAU A 16 DE MARÇO DE 2014

 

Deutsche Welle
 
Serifo Nhamadjo, presidente de transição da Guiné-Bissau, fixou 16 de março do próximo ano como nova data das eleições gerais (presidenciais e legislativas), de acordo com o decreto assinado esta sexta-feira (15.11).
 
A data para essas eleições surge depois de várias consultas realizadas pelo Presidente de transição, Serifo Nhamadjo, ao Governo de transição, aos partidos políticos e "outras forças vivas" da Guiné-Bissau. Para Nhamadjo estão agora "preenchidos os pressupostos que permitem com segurança a marcação da nova data".
 
Para o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), o maior partido guineense, o mais importante é que as eleições sejam realizadas de forma livre, justa e transparente, como disse à DW África Manecas dos Santos, dirigente do PAIGC.
 
"Não temos nenhuma objeção a qualquer data que seja marcada pelo Presidente da República. Queremos sim que sejam eleições transparentes e justas e que os resultados não sejam contestados por ninguém", declarou.
 
Eleições coincidem com campanha de cajú
 
Por seu turno, Agnelo Regala, líder da União Para a Mudança (UPM), espera que desta vez essas eleições tenham realmente lugar.
 
"Não existem outras possibilidades para falhas. O país tem que cumprir este calendário porque caso contrário a crise vai agravar-se ainda mais e chegaremos a um ponto de insustentabilidade que poderá trazer convulsões a nível do tecido social guineense", avisa.
 
Segundo o Presidente de transição, a Comissão Nacional de Eleições e o Gabinete Técnico de Apoio ao Processo Eleitoral deram "garantias técnicas” de que estão reunidas todas as condições para a realização das eleições no primeiro trimestre de 2014".
 
No entanto, na opinião de Agnelo Regala, a nova data para a ida às urnas vai coincidir com a campanha da castanha de cajú, ou seja, a altura do crescimento económico do país. "Sabendo que os membros do Governo vão estar nas campanhas eleitorais, seria bom que fosse criada uma entidade que pudesse conduzir todo o processo da castanha de cajú, à margem do Governo", defende.
 
Em contrapartida, Afonso Té, que lidera o Partido Republicano da Independência e Desenvolvimento (PRID), afirma que marcar a realização das eleições gerais para março é uma data realista. "A nossa proposta foi sempre o primeiro trimestre de 2014, porque é algo realista e pragmático".
 
Escrutínio esteve marcado para novembro
 
O escrutínio esteve agendado para 24 de novembro, mas vários obstáculos, nomeadamente a disponibilidade financeira, obrigaram ao adiamento do ato eleitoral.
 
Entretanto, o advogado Vicente Fernandes, do Partido da Convergência Democrática (PCD), defende o cumprimento da lei ou seja o respeito pelos prazos para a preparação de todo o processo eleitoral. "Que a lei seja cumprida, que a democracia ganhe e que haja paz e estabilidade para a Guiné-Bissau, que bem precisa", sublinha.
 
O orçamento das eleições, na ordem dos 14 milhões de euros, "apenas ficou assegurado a pouco mais de 30 dias do prazo agendado, graças às contribuições decisivas da Conferência de Chefes de Estado da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), da Nigéria, Timor-Leste e União Europeia", acrescenta o advogado.
 
Entretanto, o Governo de transição já anunciou que o recenseamento eleitoral vai decorrer de 01 a 21 de dezembro.
 
Autoria: Braima Darame (Bissau) / LUSA – Edição: António Rocha / Madalena Sampaio
 

Cabo Verde: Idosos e pessoas doentes abandonadas para morrerem sozinhas

 


Descuido ou crueldade?
 
Alguém precisa de ser responsabilizado ou então assumir a própria desumanidade perante o abandono daqueles com quem um dia partilhou um lar e teve relações de afecto. É preciso, caso contrário, a pouca vergonha e a maldade ficam impunes.
 
A questão dos idosos e pessoas com problemas de saúde que vivem abandonados na ilha de São Vicente, está a preocupar as autoridades. É que essas pessoas vivem sozinhas, à mercê da sua sorte e quando morrem, os vizinhos só se apercebem quando o corpo já se encontra em avançado estado de decomposição e o mau cheiro invade o bairro. Crueldade? Distracção? Abandono? Certamente. Isto numa comunidade pequena que é tida como solidária. E os culpados do abandono são sem dúvidas as famílias: “a maior parte das mortes resulta de doenças prolongadas ou devido à idade avançada dessas pessoas. Mas o certo é que depois de abandonadas, vivem retraídas no seu meio. Isto é, saem poucas vezes à rua pelo que os vizinhos nem dão pela sua falta. E quando morrem, só são descobertas quando o mau cheiro do corpo se espalha pelo bairro” – esclarece a Delegacia de Saúde. Esta contestação dos técnicos está de acordo com o que se constata na no dia a dia: existem cada vez mais velhos e doentes abandonados à própria sorte. A realidade é dura e triste mas essas pessoas passaram a viver sozinhas sem o apoio da família. Isto numa comunidade pequena, onde praticamente todos se conhecem. O mais grave é que estes casos estão a aumentar.
 
Nos últimos meses, as autoridades criminais e sanitárias registaram várias mortes de idosos que viviam sozinhos e abandonados. E agora, no espaço de três dias, foram encontrados dois homens com cerca de 50 anos sem vida nas próprias casas, cujos corpos se encontravam em estado de decomposição. E com as averiguações descobriu-se que estavam doentes.
 
Preocupação
 
Nestas circunstâncias, quer a PJ, quer a PN e a Delegacia de Saúde mostram-se preocupadas com a situação que tem sido recorrente na ilha de São Vicente. Por isso, asseguram que é urgente que as famílias assumam as suas responsabilidades perante os familiares com idade avançada. Muitos são asilados em residências e, posteriormente, passam a viver sozinhos e abandonados. E, por saírem raramente à rua, acabam por cair no esquecimento das pessoas que vivem à sua volta.
 
O NN conversou com um inspector da PJ e uma médica que partilham da mesma opinião acerca deste problema que assola a ilha de São Vicente. Segundo os nossos entrevistados “a família é a principal culpada quando ocorrem casos desta natureza, uma vez que abandonam os seus parentes nalguma residência e não lhes prestam qualquer auxílio. A maioria padece de alguma doença e precisa de apoio regular”.
 
Por outro lado, defendem que “quando se encontra o corpo em avançado estado de decomposição, providenciamos esforços para fazer a autópsia, para saber a causa da morte. Mas há casos em que a putrefacção do cadáver impossibilita a realização do exame, ao mesmo tempo que traz riscos para a saúde dos moradores. Por isso, ordena-se a sua condução imediata ao cemitério. E há famílias que criticam o nosso procedimento quando, na verdade, elas poderiam ter evitado essa fatalidade”.
 
O certo é que o número crescente de pessoas doentes e idosas abandonadas e que acabam por morrer não permite continuar a fechar os olhos diante dessa barbaridade. Alguém precisa de ser responsabilizado ou então assumir a própria desumanidade perante aqueles com quem um dia partilhou um lar e teve relações de afecto. É preciso, caso contrário, a pouca vergonha e a maldade ficam impunes.
 
 

Timor-Leste e Cabo Verde vão ter Zonas Especiais de Economia Social de Mercado

 


A Fundação Lusitânia vai criar, a partir de 2014, duas Zonas Especiais de Economia Social de Mercado (ZEESM), em Cabo Verde e Timor-Leste, considerados locais estratégicos para combater a pobreza, disse à Lusa o presidente da organização.

A ideia da instituição sem fins lucrativos, ligada à Igreja Católica mas com autonomia e reconhecimento civil, é tornar "totalmente autossustentáveis" a vila do Tarrafal, na ilha de Santiago, em Cabo Verde, e o enclave timorense de Oecussi.

Com um investimento inicial de três mil milhões de euros para cada projeto, garantido na totalidade por privados no caso de Cabo Verde e com um terço de fundos públicos no caso de Timor-Leste, a Fundação Lusitânia para o Desenvolvimento Universitário e Empresarial pretende provar a eficácia de um modelo de desenvolvimento que alia a criação de riqueza e o combate à pobreza.

Criada oficialmente em 2009, a fundação está a trabalhar nas ZEESM há nove anos, pretendendo fazer de Oecussi e Tarrafal, a partir do segundo semestre de 2014, "mini-Singapuras", que concentrem o melhor do mundo e onde tudo se crie, produza e transforme, tendo como "objetivo maior" o combate à pobreza, explicou, em entrevista à Lusa, Rogério Matos e Guimarães, presidente da Lusitânia.

Em ambos os locais, o projeto terá três fases de implementação, que se prolongarão por dez anos, durante os quais serão construídas (ou reabilitadas, se possível) várias infraestruturas, como estradas, estações de tratamento de águas e instalações de rede fixa e móvel.

De acordo com os planos, consultados pela Lusa, água e saneamento, educação e saúde são as prioridades, prevendo-se a criação de jardins-de-infância e escolas do 1.º, 2.º e 3.º ciclos, universidades e centros de formação profissional, e novos hospitais, adequados ao expectável aumento da população.

Tarrafal e Oecussi passarão a ter um aeroporto para aviões de médio porte, um porto que permita a atracagem de cargueiros e ferry-boats e um mercado abastecedor.

O projeto assenta também na aliança entre eficiência energética e respeito pelo ambiente, apostando em energias limpas e renováveis. As zonas residenciais a construir estarão rodeadas por espaços verdes e serão construídos edifícios de escritórios e hotéis direcionados para os negócios e para o turismo, recorrendo a materiais "adequados ao clima local", ecológicos e eficientes.

O lazer não será ignorado, prevendo-se a construção de polidesportivos, parques infantis e centros culturais e espirituais (para várias religiões).

Cabo Verde e Timor-Leste não foram escolhidos ao acaso, frisou Rogério Guimarães. Ambos os países combinam "necessidade e capacidade" e estão localizados em regiões onde podem ter um "valor acrescentado" para as comunidades que servem.

Cabo Verde associa à "posição estratégica invejável" um recurso fundamental: as pessoas. Sem os recursos naturais de Timor-Leste, Cabo Verde tem "dos melhores técnicos e profissionais do mundo" em todas as áreas e "sabe exatamente o que quer", elogia.

A Fundação Lusitânia e o Governo de Cabo Verde já assinaram um memorando de entendimento, acordo que demorou apenas quatro meses e três reuniões a formalizar.

Portanto, segundo o presidente da fundação, é natural que o programa venha a arrancar primeiro no Tarrafal, apesar de tudo ter começado em Timor-Leste, situado numa zona de "grande dinâmica económica e financeira", mas também rodeado por "regiões muito empobrecidas".

Timor-Leste faz ainda parte do grupo G7+, que reúne os países mais desfavorecidos do mundo, sendo "o cenário ideal para afetar a economia, de forma positiva", a nível local, nacional, regional e global, acrescenta.

Há dois anos e meio, a Lusitânia fez o primeiro contacto sobre as ZEESM com Timor-Leste, onde encontrou "total recetividade" junto dos dirigentes locais. O ex-primeiro-ministro Mari Alkatiri acabou por se juntar à fundação, integrando o seu conselho científico e ajudando a conceber a "matriz" do projeto.

Lusa
 

Moçambique: “Não temos como entregar a carta-convite a Dhlakama” - porta-voz da Renamo

 


A Renamo diz ainda desconhecer o paradeiro do seu líder, Afonso Dhlakama, pelo que dificilmente poderá fazer-lhe chegar a carta-convite endereçada pelo Presidente da República, Armando Guebuza, para o diálogo
 
A Renamo confirma ter recebido a carta-convite para o diálogo entre Afonso Dhlakama e o Chefe do Estado, Armando Guebuza, no passado dia 8 de Novembro, mas diz não ter como fazer chegar o expediente ao seu líder, porque ele se encontra em parte incerta.
 
“Esse convite tem destinatário, neste caso, Afonso Dhlakama. Nós somos intermediários e veículo para fazer chegar este convite ao presidente da Renamo. Mau grado não sabermos onde ele se encontra”, disse Fernando Mazanga, porta-voz da Renamo.
 
Mazanga sustenta a sua posição recordando que “sabíamos que ele - Afonso Dhlakama - estava em Santungira, mas quando as Forças Armadas de Defesa de Moçambique atacaram a sua residência, em Santungira, no dia 21 de Outubro, deixamos de saber onde ele se encontra. Seja como for, estamos interessados que o encontro se realize, porque os moçambicanos querem este encontro. O próprio Dhlakama quer o encontro, pois já havia manifestado isso no dia 18 de Outubro, na pessoa do secretário do Conselho do Estado, tendo referido que lhe devia ser fornecido o número do Presidente da República, para que pudesse falar com ele naquele mesmo dia, às 18h00”, observou.
 
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Moçambique: Motorista de camião gravemente ferido em ataque atribuído à Renamo

 


Homens armados alegadamente da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição, feriram gravemente um motorista de um camião no distrito de Rapale, província de Nampula, norte de Moçambique, durante um ataque.
 
Com o ataque de hoje, é a terceira vez que o distrito de Rapale é alvo de incursões de alegados homens armados da Renamo, depois de dois ataques anteriores terem resultado num morto e vários feridos e desaparecidos.
 
"Ouvimos disparos logo às quatro horas, mas não conseguimos ver quantas pessoas estavam a disparar. O motorista do camião não parou, mesmo depois de ter sido baleado e o carro crivado de balas, teve a força de ir até à sede do distrito", disse à Lusa um residente de Rapale.
 
Lusa
 

Angola: KOPELIPA KAMANGUISTA NO ZIMBABUÉ

 

Maka Angola
Documentos confidenciais dos serviços secretos zimbabueanos (CIO), recentemente divulgados, revelam o envolvimento central de entidades chinesas, do general Kopelipa e da Sonangol no tráfico de diamantes no Zimbabué.

Trata-se de tráfico de diamantes porque a sua comercialização não passa por canais formais de venda, mas através de esquemas obscuros, incentivados pelas autoridades zimbabuenas.

A investigação, levada a cabo pela jornalista sul-africana Khadija Shariffe, detalha sobretudo o apoio que os chineses, em parceria com o chefe da Casa de Segurança do Presidente da República de Angola, general Manuel Hélder Vieira Dias “Kopelipa”, prestaram ao presidente Robert Mugabe, de 89 anos, para a sua vitória eleitoral, em Julho passado. Financiamentos secretos, em troca de diamantes, e a concepção e gestão de mecanismos de fraude eleitoral constituíram os principais eixos de apoio da coligação sino-angolana.

Maka Angola publica o extrato da investigação referente à participação do general Kopelipa na operação, assim como da Sonangol, por via da China-Sonangol.

Para os interessados, o texto integral, publicado pela 100Reporters, encontra-se traduzido e disponível em pdf, aqui.

A China e o Kopelipa no Zimbabué

Os documentos [dos serviços secretos zimbabueanos] revelam que a ZANU-PF destinou cerca de US $850 milhões, provenientes de receitas de diamantes, para financiar as operações de manipulação dos resultados eleitorais. Os presidentes da República Democrática do Congo e da Guiné Equatorial contribuíram, incluindo outras fontes, cerca de US $177 milhões adicionais.

Um outro documento descreve como três empresas garantiram o encaminhamento de receitas da venda de diamantes para o plano de reeleição de Mugabe.

A primeira dessas empresas é a Anjin, um consórcio entre a chinesa Anhui Foreign Economic Construction Company (AFECC) e Matt Bronze Unip. Ltd., uma empresa de fachada, suposta propriedade da Zimbabué Defense Industries.

Mbada, uma parceria entre a New Reclamation (através da sua empresa-mãe, Grandwell Holdings), e a estatal Minerals Zimbabué Development Corporation (ZMDC), é a segunda empresa. O presidente da Mbada é Robert Mhlanga, antigo vice-marechal na Força Aérea do Zimbabué, que supostamente serviu como piloto de helicóptero pessoal de Mugabe.

Por último, os documentos descrevem também o envolvimento da China Internacional Fund (CIF), uma empresa baseada em Hong Kong e associada à China-Sonangol, na qual a empresa pública de petróleos de Angola, Sonangol, é accionista.

Os documentos obtidos esclarecem os papéis desempenhados por Sam Pa e Veronica Fung, as figuras centrais da CIF. Segundo os relatórios da inteligência zimbabueana, os dois tiveram a seu cargo a gestão de todo o tipo de ajuda ao plano eleitoral de Mugabe, desde a entrega de camisolas e materiais de campanha, até diamantes e dinheiro.

A representante da CIF no Zimbabué é conhecida como sendo a Sino Zimbabwe Development Pvt. Ltd. Funcionários da empresa haviam descrito a companhia como “dormente”. Numa carta enviada a Global Witness, em 2012, a CIF afirmou que Sam Pa era apenas um consultor da empresa e negou qualquer envolvimento seu no financiamento das actividades do CIO.

Mas os documentos dos serviços secretos notam que Sam Pa é o presidente do Sino-Zimbabwe e revelam um papel mais activo da empresa para manter Mugabe no poder.

A China Sonangol recusou um pedido de entrevista para esta reportagem, dizendo: “Nem nós, nem a nossa empresa (ou grupo) estamos envolvidos nas matérias mencionadas na sua mensagem e, portanto, qualquer entrevista seria totalmente irrelevante”.

O Tráfico

Os documentos do CIO fornecem informação detalhada sobre as contribuições das três empresas, que totalizam cerca de US $1 bilião, através da venda de diamantes.

De acordo com os relatórios secretos, Tshinga Dube, um coronel aposentado do exército e director da Zimbabwean Defense Industries, foi responsável pela captação de recursos da Anjin para “Projetos Especiais” antes das eleições. Em parceria com a Mbada, estes projectos incluíram a distribuição de US $800 milhões para operações de “mobilização” e “transporte” durante as eleições.

Além disso, o CIO registou nove transacções num mesmo dia, através das quais o governo de Mugabe recebeu US $58 milhões e cerca de 36.800 quilates de diamantes, o equivalente a US $2,2 milhões se vendidos a um preço mínimo de US $60 por quilate.

Outro relatório dos serviços secretos do Zimbabué revela as seguintes operações, ocorridas durante o mês de Maio passado.

A 4 de Maio, a China-Sonangol depositou um cheque, no valor de US $41 milhões, “com a garantia do Sr. Sam Pa” para os “Projectos de Interesse Especial”.

Por sua vez, a 10 de Maio, Veronica Fung e o coronel Muchena entregaram 12,000 quilates de diamantes, no endereço 88 Queensway, a sede da China Internacional Fund, em Hong-Kong.

Entre outros pagamentos, a 16 de Maio, a China-Sonangol e Sam Pa, entregaram 4,000 quilates de diamantes ao general Kopelipa, garantidos pela China Sonangol.

O general Kopelipa é um dos dois ministros de Estado em Angola e Chefe da Casa de Segurança do Presidente da República. Kopelipa é a segunda figura mais poderosa em Angola, depois do presidente José Eduardo dos Santos, disse Rafael Marques de Morais, jornalista angolano.

Kopelipa tem sido, alegadamente, o responsável pelos acordos multibilionários com a China para a construção de infra-estruturas em Angola. Kopelipa é, por vezes, chamado de “o chefe do boss“, de acordo com a Africa Confidential, uma publicação de informação empresarial com sede em Londres.

As tentativas de contacto com Kopelipa, indicando os pormenores destas alegações, através dos números de fax da Presidência, não obtiveram qualquer resposta.

Os documentos do CIO sugerem que os representantes da Sino-Zim não foram os únicos indivíduos ou entidades que transferiram os diamantes do Zimbabué para Kopelipa.

Os documentos indicam que a Mbada contribuiu US $12 milhões para “interesses especiais” no Zimbabué. A mesma empresa enviou, a 11 de Maio, através de dois oficiais do exército chinês, Cheng Qins e Zhang Shibin, 16,000 quilates de diamantes para o general Kopelipa. Os dois oficiais chineses, alegadamente, são os testas-de-ferro da Grandwell Holdings, a empresa parceira da Mbada.

A Mbada, segundo o relatório, também fez chegar 1,000 quilates de diamantes, através de um portador não identificado, a um xeique árabe no Dubai, também não identificado no relatório confidencial.
 
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Portugal: PGR instaura inquérito disciplinar a procurador que arquivou caso de vice angolano



A Procuradoria Geral da República decidiu instaurar um inquérito disciplinar por causa das considerações “de natureza subjetiva” feitas pelo procurador responsável pelo caso que envolvia o vice-presidente angolano.
 
De acordo com uma nota da PGR, no despacho de arquivamento do processo relativo ao vice-presidente angolano, Manuel Domingos Vicente, a Francisco Higino Lopes Carneiro e "Portmill - Investimentos e Telecomunicações, S.A.", constam "considerações de natureza subjectiva que em nada se relacionam com a apreciação e a ponderação técnico-jurídica da matéria objecto dos autos".
 
Diz ainda a PGR que as considerações que fundamentam as decisões "devem obedecer a rigorosos critérios de objectividade e legalidade, com integral respeito pelos princípios constitucionais da separação de poderes".
 
"Tais considerações são susceptíveis de integrar eventuais infracções de natureza disciplinar. Pelo que, a Procuradora-Geral da República decidiu determinar a instauração de inquérito, comunicando ao Conselho Superior do Ministério Público", adianta.
 
No despacho, com data de 11 de novembro e a que a agência Lusa teve acesso, o procurador Paulo Gonçalves destaca ao longo das 12 páginas do documento a importância do cargo do vice-Presidente Manuel Vicente.
 
"A circunstância objetiva do requerente ser vice-Presidente da República de Angola constitui uma desigualdade, uma diferença, relativamente a outros cidadãos que, como é manifesto, justifica e fundamenta, por um critério de justiça e bom senso, atenta a prossecução do interesse nacional português a que a Justiça não deve ser alheia, um tratamento distinto", escreveu.
 
O "tratamento distinto" a que se refere o procurador resulta do requerimento apresentado por Manuel Vicente para a separação do seu processo daquele que foi aberto na sequência de uma queixa de Adriano Parreira, ex-embaixador de Angola.
 
A averiguação preventiva resultante da queixa de Adriano Parreira assenta em alegadas transações financeiras em bancos e instituições financeiras portuguesas.
 
Além de Manuel Vicente, o procurador decidiu arquivar os autos que corriam do mesmo processo contra Higino Carneiro, atual governador da província angolana do Cuando Cubango, e a Portmill, empresa de investimentos e telecomunicações.
 
Paulo Gonçalves abordou ainda no seu despacho de arquivamento as relações entre a imprensa e a justiça, considerando que "o interesse dos media pela justiça é natural e são numa sociedade democrática em que uma imprensa livre é também sinónimo de fiscalização da atuação dos outros três poderes soberanos".
 
Nesse sentido, considerou caber aos magistrados "saber conviver com este fenómeno de modos reservado mas atento (...) sem ceder a quaisquer pressões que o desviem do cumprimento da lei".
 
E, no plano das relações luso-angolanas, Paulo Gonçalves diz ser "inaceitável, senão mesmo incompreensível" que perante "a diária degradação das relações entre os dois países em consequência de falsidades publicadas na imprensa portuguesa (...) se deixe continuar o nome do requerente, de outros governantes angolanos e da própria República de Angola, na fogueira mediática".
 
De acordo com a nota da PGR, a instauração do inquérito de natureza disciplinar ao procurador Paulo Gonçalves não coloca em causa o sentido da decisão do despacho de arquivamento, "só susceptível de impugnação nos termos do Código de Processo Penal".
 
Contactada pela Lusa na cerimónia dos 25 anos do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP), a procuradora-geral da república, Joana Marques Vidal, não quis prestar mais declarações sobre o assunto.
 
SO // GC - Lusa
 

Portugal: MALDITA COCAÍNA

 

Balneário Público - ontem
 
Referem hoje nos jornais que “Estudo da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, com base na recolha de amostras de águas residuais da capital, conclui que no intervalo de um mês, em 2011, foram consumidas 7490 doses de 100 miligramas de cocaína impura.” No Expresso. No desenvolvimento da notícia adiantam que “Um valor que o coordenador do estudo acredita ficar abaixo do que seria encontrado casos os dias das colheitas coincidissem com os fins de semana. Embora Álvaro Lopes sublinhe também que a zona rastreada, além de parte de Benfica, Amadora e Oeiras, integra o Bairro Alto, Santos, Cais do Sodré e Docas, logo, áreas onde Lisboa concentra vários estabelecimentos de diversão nocturna.” E seguem com mais texto. Vá ler se achar que lhe interessa. O que aqui podemos concluir sobre isto é que a maldita cocaína lisboeta subiu no consumo e isso não é compatível com a crise em termos de falta de dinheiro. O dinheiro que não temos. Então como é que compram a cocaína? Tem de haver uma explicação plausivel. Posta a questão, assim deste modo, a um toxicodependente conhecido e credível (engenheiro, empregado e com bom ordenado) ele avançou que “há esquemas”. Esquemas? Mas que esquemas são esses que viabilizam aos que estão sem dinheiro conseguirem comprar e consumir cocaína caríssima? Esquemas? Que esquemas? O engenheiro, toxicodependente respondeu com ironia para depois pôr tudo mais evidente, assumindo um sorriso maroto: “É fácil, são esquemas. O método é o mesmo que o daqueles políticos que conseguem ter níveis de vida – e proporcionar às famílias – em muito superiores ao que aparentemente e legalmente auferem. Brutas casas, brutos automóveis (até para as/os serviçais), os filhos em grandes colégios e universidades, boas jóias e vestidos, bons fatos, camisas e calçado, piscinas, amantes, etc. etc. Isso conseguem através de esquemas. Não roubam. São esquemas.” Ai aquele sorriso maroto com laivos de uma boa moca. Esquemas? Roubam! Intrujam. Corrompem e são corrompidos. Maldita cocaína lisboeta. Não só lisboeta, afinal. Disso, desses esquemas, há por toda a parte. Está visto e é sabido. E a justiça, senhores?
 
Zara Bettencourt
 
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Portugal: SUCESSO

 

Triunfo da Razão
 
A semana foi pródiga em alegadas boas notícias. Depois das notícias esperançosas sobre o desemprego, as mesmas que ignoram os efeitos sazonais aliados ao número sem precedentes de pessoas que abandonaram o país. Seguiram-se as notícias sobre o crescimento económico, anódino e em termos homólogos inquietante, mas ainda assim cresimento; o aumento das exportações e mesmo a questão da recusa irlandesa na aceitação de um programa cautelar, o Governo vê boas notícias e mesmo similitudes (futuras?) com o caso irlandês.

Todavia, o sucesso do Governo mede-se no dia-a-dia. Sublinho até que o Governo tem sido bem sucedido. Senão vejamos: a crise, a vinda das entidades externas, impulsionada por quem nos governa hoje, a pretensa hecatombe provocada por José Sócrates, a perda de soberania, a ameaça com a saída de Portugal do Euro e tudo o mais que redunda na tese da inevitabilidade abriram as portas para a aplicação de uma cartilha ideológica que de outra forma não seria possível aplicar.

Assim, com o contexto ideal, o Governo mostra-se exímio no cumpriemento de metas, ao contrário do que se diz. É exímio na desvalorização salarial, no enfraquecimento do Estado Social, na venda de parte do país, no fortalecimento da casta superior e no empobrecimento de uma boa parte da sociedade.

Por conseguinte, não é justo falar-se em falhanços, incompetências e afins. O Governo tem sido bem sucedido, pelo menos no que realmente interessa - naquilo que se coaduna com a cartilha que o rege.

Ana Alexandra Gonçalves
 
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AFINAL DÁ MESMO PARA PRENDER POLÍTICOS CORRUPTOS!

 

Aventar
 
É estupidamente irónico que no mesmo dia em que a PGR anuncia o arquivamento do processo da branqueamento de capitais contra o vice-presidente angolano Manuel Vicente, nos chegue a notícia de que o Supremo Tribunal Federal do Brasil decidiu condenar a penas de prisão 9 dos 25 réus do processo Mensalão, entre eles José Dirceu, antigo ministro de Lula da Silva, e José Genoino. E poderá não ficar por aí.
 
Não deixa de ser triste continuar a desempenhar a função de lavandaria do nepotismo de Estado angolano ao mesmo tempo que somos constantemente ameaçados de que a “parceria estratégica” ardeu. Mas pelo menos hoje tivemos uma boa notícia: afinal, é mesmo possível condenar políticos corruptos a penas de prisão no espaço da Lusofonia.
 
Será que dá para fazer uma “parceria estratégica” o STF brasileiro para uns intercâmbios ou uns workshops? Dava jeito explicar aqui à malta como é que se prendem esses gajos, somos mesmos fraquinhos nessa área…
 
 
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Portugal: O “PROTETORADO”

 

Pedro Bacelar de Vasconcelos – Jornal de Notícias, opinião
 
Ninguém desejou, barafustou nem reclamou mais vivamente por um "programa de resgate" para o nosso pobre país do que os atuais governantes. Um coro ensurdecedor, engrossado por banqueiros, altos representantes dos meios empresariais, clarividentes "analistas" e "comentadores" oficiosos conseguiram por fim que, à semelhança da Grécia e da Irlanda, também Portugal tivesse direito ao seu plano de resgate e assim pudesse confiar o seu destino aos desígnios do Fundo Monetário Internacional, da Comissão Europeia e do Banco Central Europeu, ou seja, a poderosa troika!
 
Pareceria algo estranho e incongruente que quem combateu com tal denodo pelo primeiro resgate venha agora manifestar algum temor ou perplexidade pela eventual necessidade de um segundo, mas não há aqui, de facto, verdadeira contradição porque aquilo de que realmente se trata é apenas de assegurar efetiva continuidade ao "regime de protetorado" inaugurado em 2011.
 
O "protetorado" - entoado a várias vozes por um coro onde agora se evidenciam já intencionais "desafinações" - resume a tática e a estratégia de toda a governação e é remédio para tudo: explica todos os sucessos, justifica todos os fracassos, rejeita o debate público e o confronto político, substitui-se à falta de consenso sobre a reforma do Estado e dispensa a revisão da Constituição. Por isso, o grande espetáculo montado em torno da aprovação do orçamento para 2014 não elegeu como principal inimigo a Oposição, como seria lógico, nem mesmo o Presidente da República, tradicional "força de bloqueio", noutros tempos. O principal inimigo eleito foi precisamente o Tribunal Constitucional e contra ele se mobilizaram também o Fundo Monetário Internacional e esse fiel companheiro que ainda ocupa o lugar de presidente da Comissão Europeia.
 
Claro que o "protetorado" é uma fórmula tanto mais eficaz quanto menos for repetida. O "protetorado" é a condição inescapável "dos indígenas" e deve ser discretamente vivida e pacientemente sofrida. As "desafinações" que acima referia nada acrescentam ou diminuem ao "protetorado". Exprimem apenas diferentes sentimentos ou emoções: uns sentem orgulho no papel de impiedosos executores da toda-poderosa troika, outros receio ou resignada humilhação, outros indiferença e confusão, e alguns, porventura, sentirão mesmo vergonha, ainda quando a disfarçam com a ironia, como vimos no anúncio dos tópicos para a reforma do Estado interpretado "a solo" pelo vice--primeiro-ministro. O programa de resgate que termina em junho de 2014, entusiasticamente subscrito pelo atual primeiro-ministro quando ainda era o líder da Oposição e depois nove vezes revisto e nove vezes renegociado entre a troika e o Governo, traduziu-se no clamoroso fracasso que testemunhamos e dramaticamente padecemos. Um fracasso do primeiro-ministro e do presidente da Comissão Europeia que em desespero procuram esconder os verdadeiros fins e as reais intenções que os animaram, as responsabilidades próprias pelas opções erradas que fizeram e tentam tudo por tudo para disfarçar o falhanço das metas que prometiam alcançar e fingir que afinal tudo deu certo!
 
Deve ficar bem claro que a possibilidade, ainda que remota, por um segundo resgate, seria da inteira responsabilidade deste Governo e apenas consequência do seu imenso desprezo pela dignidade dos cidadãos e do cinismo tosco com que assume a sua vinculação à legalidade da República. Ao contrário do que pretendem os governantes da Irlanda, não parece que um programa cautelar seja dispensável depois de tão extensa destruição da nossa economia nem que o pagamento da dívida acumulada seja sustentável, nem que as condições de vida dos portugueses possam experimentar em breve rápidos progressos. Os centros de decisão europeus têm de ser chamados a partilhar as responsabilidades dos seus erros e da sua incúria. É altura da Oposição - e do Partido Socialista em particular - pôr fim ao regime cobarde do "protetorado", demonstrar que existe a alternativa soberana de um governo justo e explicá-la aos portugueses.
 

Portugal: DESEMPREGADO VIAJA SEM BILHETE E CONVIDA POPULAÇÃO A IMITÁ-LO

 


Desempregado há quase dois anos e meio, Nélson Arraiolos, de 41 anos, viajou sem pagar na carreira 794 da Carris, entre Chelas e o Terreiro de Paço, em Lisboa. "Sem rendimento, não há pagmento", anunciava num cartaz feito à mão.
 
"A ação valeu pelo simbolismo e como incentivo aos portugueses para que não se conformem e saiam à rua para ocupar as nossas ruas e praças, como fazem os espanhóis", explicou, no final.
 
Para trás, uma viagem de cerca de 40 minutos por alguns dos bairros mais pobres da capital. Nélson e os quatro amigos que o acompanhavam entraram no autocarro, passaram pelo motorista sem dizer nada, e viajaram tranquilamente, sem que ninguém os questionasse sobre a falta de título de transporte".
 
Paulo Lourenço – Jornal de Notícias – ontem
 
Na foto: Nélson Arraiolos está desempregado há dois anos e meio – foto Miguel Silva/Global Imagens
 

Portugal: CAMPANHAS AO NEGRO

 


Fernanda Câncio – Diário de Notícias, opinião
 
Gaspar fazia reuniões em off com jornalistas para dizerem em conjunto mal do Executivo anterior e cantarem loas à austeridade. Passos foi eleito na campanha interna do partido graças a um punhado de bloggers "especializados em desinformação" coordenados por Relvas, que também orquestrou a das legislativas; não teve estado de graça porque mal ganhou compensou todos (menos um?) com sinecuras, destruindo "a rede".
 
A primeira revelação é de André Macedo na sua coluna de ontem no DN, close-up de um ministro pintado pelos media como "um técnico puro" que afinal se desvendava em 2011, mal pegou ao serviço, como propagandista politiqueiro. A segunda efabulação é de um consultor de comunicação entrevistado pela Visão a propósito de uma alegada tese sobre "a importância da comunicação política digital na ascensão de Passos" e que assume a existência de campanhas negras contra o Governo Sócrates, com criação de "perfis falsos" no Facebook e no Twitter: "Se deixarmos uma informação sobre o caso Freeport num perfil falso e ele for sendo partilhado, daqui a pouco já estão pessoas reais a fazer daquilo uma coisa do outro mundo."
 
Estes dois vislumbres sobre a génese e a natureza do Governo Passos têm, até pela credibilidade muito distinta dos emissores, valores diferentes. Do que o André conta anota--se não que um político quis trazer a si os media - qual o espanto? -, mas que os jornalistas lhe saltaram para o colo, entusiasmadíssimos com as "ideias" da troika/Gaspar. Daquilo que o consultor de comunicação diz, entre infrene autopromoção, falsidades e absurdos (como garantir que em 2009 os blogues políticos tinham 30 mil visitas/dia e que a net foi fundamental para as vitórias), ressalta a ironia de certificar que os apoiantes do atual PM, incluindo "jornalistas no ativo" que, aliás, nomeia, fizeram tudo aquilo que imputavam furiosamente aos do Governo PS. Vai ao ponto de asseverar que a sua "equipa de voluntários" tomou como modelo de atuação o blogue Câmara Corporativa, que acusavam (emulando Pacheco Pereira, autor da teoria) de ser feito e pago a partir do gabinete de Sócrates, "usando informação privilegiada sobre pessoas": "Não éramos anjinhos, sabíamos bem ao que íamos", diz, gabando-se de que o seu "grupo" recebia "filet mignon informativo" do PSD de Passos através de "um mail fechado".
 
Mas a ironia não fica por aqui. Ao mesmo tempo que clama ter participado em campanhas ínvias e negras para manipular os media e a opinião pública, o entrevistado da Visão repete a acusação de que o gabinete do anterior PM fornecia "informação privilegiada sobre pessoas" ao tal blogue, sem que a revista exija dessa gravíssima alegação qualquer prova ou sequer exemplo. Às tantas, o tipo é mesmo, como pretende convencer (ou recordar?), muito bom no que faz. Ou temos de concluir que, como afiança, vivemos num "caldinho jeitoso para isto."
 

Portugal: Históricos do PSD e do CDS juntos com Soares na defesa da Constituição

 

Ana Sá Lopes – jornal i
 
Freitas do Amaral, Pacheco Pereira e António Capucho participam na sessão da Aula Magna em defesa da Constituição e do Estado Social
 
Não vão ser apenas personalidades de esquerda que no dia 21 de Novembro vão estar na Aula Magna "em defesa da Constituição e do Estado Social". Ao lado de Mário Soares, Manuel Alegre e restantes promotores, vão estar personalidades como Freitas do Amaral, fundador e primeiro líder do CDS, e os sociais-democratas Pacheco Pereira (alto dirigente no tempo em que o partido era liderado por Cavaco Silva) e António Capucho, ex-ministro, ex-conselheiro de Estado e ex-presidente da Câmara de Cascais.
 
"A sessão está aberta a toda a gente, seja de direita, seja de esquerda, que queira defender a Constituição e o Estado Social que o governo está a destruir, do ensino à saúde e à segurança social", disse o ex-presidente da República ao i.
 
Mas a Aula Magna vai contar também com a presença do general Pinto Ramalho, antigo chefe do Estado-Maior do Exército, bem como do bispo D. Januário Torgal Ferreira, de Frei Bento Domingues, de Alfredo Bruto da Costa, do reitor da Universidade de Coimbra João Gabriel da Silva, de Carlos do Carmo, do comunista Ruben de Carvalho, e de Maria do Rosário Gama - fundadora da APRE, Associação de Pensionistas e Reformados. Na iniciativa do próximo dia 21 estará também a presidente da Assembleia Municipal de Lisboa, Helena Roseta.
 
Desta vez, ao contrário do que aconteceu no primeiro encontro promovido por Soares, o PS vai fazer-se representar ao mais alto nível - se a presença do secretário-geral António José Seguro não é certa, está confirmada a participação de Alberto Martins, líder parlamentar do PS e membro do secretariado nacional do partido.
 
O líder da UGT, Carlos Silva, vai também marcar presença na Aula Magna e a CGTP também se fará representar por um membro da direcção. Alberto Costa será outros dos socialistas presentes, assim como a eurodeputada do Bloco de Esquerda Marisa Matias.
 
"Revolta"
 
Mário Soares voltou ontem a traçar um quadro negro da actual situação política e social, sublinhando que o descontentamento pode conduzir a uma situação de revolta. "O povo está desesperado", afirmou o antigo presidente da República, que falava à margem de uma homenagem a Manuel Tito de Morais, membro fundador do PS, que ontem decorreu na Fundação Mário Soares.
 
O histórico socialista reiterou que o governo liderado por Pedro Passos Coelho deve perceber que "se isto não vai a bem, vai a mal", temendo que seja inclusive com violência. "Toda a gente está revoltada", advertiu Soares.
 

A MORTE ASSISTIDA DA UNIÃO EUROPEIA

 


Ana Sá Lopes – jornal i, opinião
 
Sociais-democratas e democratas-cristãos morreram e o velório está a ser prolongado
 
A Europa passou meses em suspenso por causa das eleições alemãs. O sonho de que as "coisas" iriam mudar atravessou as fronteiras do Sul fustigado. Se calhar a senhora Merkel não se mexia porque tinha uma campanha eleitoral para ganhar - e um novo partido eurocéptico para enfrentar. Mas as "coisas" iam mudar, tinham de mudar. Afinal o SPD tinha feito metade da campanha a criticar o excesso de austeridade que Merkel tinha imposto ao Sul.
 
A "grande coligação" ainda não está fechada, mas os dois partidos já estão de acordo sobre a política europeia. E o que nos diz esse acordo? Que vai ficar tudo na mesma. O SPD reduziu-se à sua insignificância: voltará a apoiar a política da bastonada. Não há eurobonds para ninguém nem garantias da união bancária.
 
Depois da falência do socialismo francês - e do desaparecimento de François Hollande do cargo de combatente da austeridade para o qual foi eleito - é a vez dos sociais-democratas europeus de levarem com mais um tijolo na cabeça. O SPD, um dos primeiros partidos socialistas europeus a converter-se à terceira via, não irá dar qualquer contributo para a resolução dos problemas estruturais da Europa e da arquitectura do euro. O Sul continuará entregue aos bichos e à ditadura de uma união monetária concebida para os mais fortes.
 
Estamos a viver uma espécie de fim dos tempos - embora muita gente finja ainda não ter dado por isso. Os dois partidos fundadores da União Europeia - os sociais-democratas e os democratas-cristãos - foram capturados pelos interesses financeiros, pelos negócios, pela miséria ideológica do individualismo selvagem. Na prática, socialistas e democratas-cristãos morreram e o que vemos à nossa frente é um velório prolongado. Nenhum europeu teve ainda a coragem de lhes fazer o enterro, mas é urgente fazer esse funeral e o luto subsequente. Mais vale desligar a máquina que continuar neste estado comatoso a fingir que ainda existem partidos social- -democratas, valores social-democratas ou democratas-cristãos.
 
O que sabemos que existe, neste momento, é uma extrema-direita a crescer e a organizar-se. Marine Le Pen deverá ganhar as eleições europeias em França e já prepara activamente uma aliança com os extremistas da Holanda, com a Liga Norte e com outras companhias do género. Estes senhores têm um programa, sociais- -democratas e democratas-cristãos não têm nenhum. As coisas não vão correr bem.
 

OPORTUNISMO POLÍTICO DE UM AVENTUREIRO NA ÁFRICA DO SUL

 

Roger Godwin – Jornal de Angola, opinião
 
Quando os sul-africanos se preparam para ir a votos, em Abril do próximo ano, Julius Malema, antigo líder da juventude do ANC, tenta retomar algum protagonismo enveredando pelo oportunismo político fácil próprio do seu aventureirismo.
 
Depois de há dois anos ter sido expulso da direcção do ANC, pelo seu comportamento marcadamente divisionista e manchado por sucessivas tentativas de criar uma forte divisão no interior do partido, Malema surge agora como líder de um recém-formado movimento dos Lutadores pela Liberdade Económica.

Quem o conhece, e os sul-africanos sabem muito bem do que e capaz, não se espantou por entre as suas linhas programáticas esta nova formação dar prioridade a um projecto de nacionalização das minas e a um processo de expropriação das terras dos fazendeiros brancos sem qualquer tipo de compensação indemnizatória.

Baseando a sua actuação num populismo fácil e ultrapassado pelos novos meios de comunicação, Malema tenta transmitir uma mensagem de quem se dispõe a não olhar a meios para atingir os seus fins. Nestas duas propostas se pode ver toda a sua irresponsabilidade política, uma vez que ignora, propositadamente, os factos que as impraticáveis e, se aplicadas, verdadeiramente desastrosas para a África do Sul.

No caso do processo de nacionalização das minas ir por diante, se por qualquer fatalidade ele um dia chegasse ao poder governativo, a África do Sul seria obrigada a pagar compensações milionárias pela violação dos acordos previamente estabelecidos e altamente rentáveis para o país.

No que respeita a expropriação das terras aos fazendeiros brancos, Malema tenta seguir, desajeitadamente aquilo que Robert Mugabe fez no Zimbabwe. Oportunisticamente, Malema esquece-se que no caso dos fazendeiros brancos no Zimbabwe Robert Mugabe tinha a lei e a razão do seu lado, pois limitou-se a cumprir uma das cláusulas dos Acordos de Doncaster House que previam isso mesmo se não fossem pagas as rendas então acordadas com o governo zimbabweano.

No caso da África do Sul essa situação não se coloca até porque os cidadãos brancos que possuem terras são cidadãos nacionais de pleno direito, enquanto os do Zimbabwe tinham a nacionalidade britânica. Todos os fazendeiros que por altura da independência do Zimbabwe optaram por esta nacionalidade continuam a ter as suas terras sem qualquer tipo de problema, sejam eles brancos ou negros.

Deste modo, Julius Malema começa mal a sua aventura política pois apresenta duas propostas que, a irem para a frente seriam desastrosas, sobretudo do ponto de vista económico, mas também potenciadores de causar enormes problemas sociais e políticos por causarem uma divisão profunda no país, quando o que se pretende é, precisamente, a aplicação de medidas que reforcem a coesão nacional.

Com uma oposição deste tipo bem pode estar descansado ANC e o Presidente Jacob Zuma que tem vindo a desencadear esforços para manter o nível social de vida no país, abrindo-se a uma estratégia mais virada para a cooperação com os seus parceiros africanos e menos dependente das trocas comerciais com o ocidente, embora estas ainda tenham um peso grande na balança de transacções comerciais.

O crescente bom relacionamento entre a África do Sul e Angola, as duas grandes potências no seio da SADC e que já são considerados parceiros incontornáveis ao nível de todo o continente, e um indício de que, entre si, os africanos têm todas as condições para progredir e resolver os seus próprios problemas políticos, sociais e económicos.

Por essa razão, as populações africanas atingiram já um tal estado de desenvolvimento e de conhecimento político que não se deixam enganar pelos “Julius Malemas” que certas potências ocidentais sustentam com a esperança de que eles possam emperrar o caminho para um destino de progresso e de desenvolvimento.

Para isso, o método que tentam agora usar na África do Sul não surpreende, pois já foi ensaiado noutros países nalguns casos, infelizmente, com sucesso, estando esses povos agora a pagar o preço por terem acreditado em pagadores de promessas vãs.

Julius Malema, no período em que esteve no ANC, caracterizou-se por tentativas de mobilização interna que pudessem causar embaraços políticos ao governo. Não é, aliás, por um mero acaso, que ele foi escolhido para tentar desestabilizar o país. Em primeiro lugar, trata-se de um jovem e tem sido a juventude o alvo daqueles que apostam na desestabilização dos países que se têm mostrado mais renitentes em aceitar os ditames de quem está por detrás de todas estas aventuras.

Depois, o seu discurso baseia-se numa leitura demasiado simplista que não tem em linha de conta as dificuldades sociais e económicas que hoje afectam praticamente os países de todo o mundo.

A sua juventude, aliás, tornava-o depois presa fácil dos predadores que não hesitam em abocanhar governos para que possam levar por diante as suas estratégias.

O que sucedeu no Egipto, por exemplo, é bem ilustrativo. A juventude que saiu às ruas para forçar a queda de Mubarak foi depois “engolida” para dar lugar às feras que melhor servem os interesses estrangeiros.

Em Abril de 2014 os sul-africanos saberão colocar no seu devido lugar aqueles que, apesar de jovens, não conseguem acompanhar os actuais tempos em que os países se revêem no reforço da unidade nacional em detrimento de se colocarem ao serviço de aventureiros políticos.

Angola: EXONERADO CHEFE DO SERVIÇO DE INTELIGÊNCIA E SEGURANÇA

 

Jornal de Angola
 
O Presidente da República, José Eduardo dos Santos, nos termos da Alínea I do Artigo 122 e do nº 3 do Artigo 125, ambos da Constituição da República de Angola, combinados com o nº 5 do Artigo 41 do Decreto Lei nº 1/08, de 6 de Julho, e o nº 2 do Artigo 49 do Decreto Legislativo Presidencial nº 5/12, de 15 de Outubro, ouvido o Conselho de Segurança Nacional, exonerou ontem Sebastião José António Martins.
 
Sebastião José António Martins foi exonerado do cargo de chefe do Serviço de Inteligência e de Segurança do Estado, para o qual havia sido nomeado por Decreto Presidencial nº 108/12, de 12 de Outubro. O Presidente da República, nos termos da Alínea I do Artigo 122 e do nº 3 do Artigo 125 da Constituição da República de Angola, combinados com o nº 5 do Artigo 41 do Decreto Lei nº 1/08 de 6 de Julho, ouvido o Conselho de Segurança Nacional, exonerou também Eduardo Filomeno Leiro Octávio do cargo de chefe adjunto do Serviço de Inteligência e de Segurança do Estado, para o qual havia sido nomeado por Decreto Presidencial nº 245/10, de 3 de Novembro. Por conveniência de serviço, o Presidente da República, usando da faculdade que lhe é conferida pelas disposições consagradas no nº 3 do Artigo 125 e da Alínea I do Artigo 122, ambos da Constituição da República de Angola, e do nº 2 do Artigo 72 do Decreto Legislativo Presidencial nº 1/10, de 5 de Março, ouvido o Conselho de Segurança Nacional, nomeou ainda o comissário Eduardo Filomeno Leiro Octávio para o cargo de chefe do Serviço de Inteligência e de Segurança do Estado.
 

SILENCIOSAS CUMPLICIDADES

 

Martinho Júnior, Luanda
 
1 – Se esperam que em Angola não hajam pessoas atentas, capazes de decifrar para além da ramagem das árvores e procurar sempre radiografá-las por inteiro, bem podem iludir-se.

Quem estuda persistentemente os fenómenos globais, desde a super-estrutura da pirâmide económica e financeira até à sua base, é evidente que compreende melhor a natureza e a maturidade dos fenómenos, os cenários e os papeis dos seus actores, onde quer que eles se encontrem!

Creio que não há outra forma de garantir consciência, a fim de poder agir com responsabilidade, coerência e integridade.

Por outro lado, o resgate histórico em benefício dos povos do sul, é um projecto cuja trilha vem de longe e está longe de conduzir os povos a um patamar de equilibrada dignidade.

As relações económicas e financeiras internacionais continuam a ser manipuladas a favor dos poderosos e países inteiros, é neste momento o caso de Portugal, sofrem as consequências da lógica capitalista exacerbada até à grande especulação sem limites, transformando-os em autênticas colónias, dependentes e esvaziadas de suas capacidades e soberania!

2 – Angola, dos 38 anos de sua independência, 27 anos viveu em clima de luta contra o “apartheid” e contra as suas sequelas e pagou um preço muito pesado pela sua ousadia de liberdade e de resgate de séculos de servidão.

Os ocidentais sabem disso, quanto mais não seja através de documentos como por exemplo o detalhado relatório da Comissão de Verdade e de Justiça da África do Sul.

No livro dois desse relatório há um subcapítulo subordinado ao tema “Os custos humanos e económicos da guerra angolana” e só a sua leitura revela quão falaciosa é a propaganda de que as sucessivas guerras que Angola foi obrigada a se empenhar, tenham sido “guerras civis”!

O cinismo ocidental mantém através do peso dos seus médias “de referência” que foram “guerras civis” e essa propaganda falaciosa é uma das primeiras questões a desmascarar:

“70 In addition to destroying Angolan towns in the south of the country, the SADF targeted economic installations in Angola, especially its petroleum facilities. These included attacks on the Luanda oil refinery on 30 November 1981, the storage tanks in the port of Namibia in June 1988 and those at Huambo in 1987. On 21 May 1985, a Recce 4 commando unit was intercepted attempting to sabotage the Cabinda Gulf Oil complex and the commander, Captain Wynand du Toit, was captured. Road bridges and the Benguela railway were also frequently sabotaged.

71 The effects of the war on Angolan civilians were devastating. UNICEF has estimated that, between 1980 and 1985, at least 100 000 Angolans died, mainly as a result of war-related famine. The cumulative effect of the battering of the economy and social infrastructure in the 1980–85 period produced an even greater escalation in the death rate after 1985. Between 1981 and 1988, again according to UNICEF, 333 000 Angolan children died of unnatural causes. The Angolan government estimated the economic cost of war damage to be US$12 billion in 1987 alone.

72 The environmental effects of the war on the south (and in the Caprivi) were devastating. Both forest lands and wildlife were destroyed. This rape of the environment was sanctioned by the SADF. In the early 1980s, covert front companies were established to facilitate trading in rare woods like teak and kiaat, and in ivory, skins and diamonds. A safari company was also set up through which the hunting of big game was regulated. Ostensibly, these activities were undertaken to raise secret funds for UNITA, but they led quickly to widespread and high-level corruption.

THE COMMISSION FINDS THAT THE SOUTH AFRICAN GOVERNMENT’S MILITARY CAMPAIGN IN ANGOLA BETWEEN 1977 AND 1988 LED TO GROSS VIOLATIONS OF HUMAN RIGHTS ON A VAST SCALE. THE COMMISSION FINDS FURTHER THAT THE CAMPAIGN CONSTITUTED A SYSTEMATIC PATTERN OF ABUSE, WHICH ENTAILED DELIBERATE PLANNING ON THE PART OF THE FORMER CABINET, THE STATE SECURITY COUNCIL AND THE LEADERSHIP OF THE SOUTH AFRICAN DEFENCE FORCE. THE COMMISSION FINDS THESE INSTITUTIONS AND THEIR MEMBERS ACCOUNTABLE FOR THE AFORESAID GROSS VIOLATIONS OF HUMAN RIGHTS”…

3 – O relatório da Comissão de Verdade e de Justiça da África do Sul, parece ter sido um paliativo para introduzir, no entanto e ao fim e ao cabo, um processo elitista não só na África do Sul, mas também em toda a África Austral e a prova mais provada é que nunca banco algum, entidade alguma, país algum pagou o que quer que seja a Angola e a outros estados da Linha da Frente que honraram o compromisso da luta contra o “apartheid” e contra suas sequelas, sequelas essas que se arrastam até aos nossos dias conforme o caso elucidativo de Moçambique!

A lógica capitalista conforme ao império dos 1% cria o caos nos outros 99% e depois eles que se amanhem… tanto pior se não enquadrarem e integrarem essa lógica envenenada!
Têm sido assim os meandros da “doutrina de choque” conforme Naomi Klein: ali onde as guerras foram impostas, o neo liberalismo, beneficiando do colapso do socialismo real, procura a todo o transe ocupar o espaço, dominar e “branquear” de acordo com seus interesses e conveniências a história e o presente, para melhor garantir seu impacto e futuro!

Em vias de esgotar riquezas incomensuráveis dum planeta que começa a estar exausto, os especuladores vão-se ao trabalho para realizar a maior operação de lavagem de moeda (sobretudo do dólar), jamais vista: o trabalho e a produção que paguem a espiral de especulação!

4 – Onde estão os famosos “activistas dos direitos humanos”, quando tanto que havia a ressarcir em benefício dos povos da África Austral é, pura e simplesmente escamoteado e deliberadamente “esquecido”?!

Se esses “activistas” esquecem isso e partem para manipulações e especulações, correspondendo quantas vezes às vozes de donos que vão sendo identificados, utilizando métodos e processos que vão sendo desmascarados e procurando abrir caminho a novas elites dóceis que esqueçam a história para a pintar de acordo com interesses e conveniências dos poderosos da Terra, não estarão eles desde logo a embarcar num processo masoquista de auto-flagelação?!

No terreno putrefacto da lógica capitalista os “activistas” de serviço são as larvas que procuram arduamente no “branquear” a impostura!

5 – Não admira que esses mercenários tornados “activistas” embarquem nesse tipo de critérios, mas que chefes de estado escamoteiem a história e “esqueçam” o que havia a ressarcir, só contribuem para a proliferação das larvas!

Em resultado das cumplicidades silenciosas por exemplo em relação a Jacobus Everhardus Louw, cujos sinais se arrastam até aos nossos dias, foi possível na decisiva década de 80 recrutar militares angolanos luso-descendentes, que traíram a sua pátria em tempo de luta contra o “apartheid”, conforme o caso dos capitães Humberto Campos Abrantes e Francisco José Setas Ferreira, julgados e condenados à morte por serem reconhecidos culpados e terem comunicado à África do Sul segredos militares.

Também a pena de morte desses capitães foram comutadas pelo presidente angolano José Eduardo dos Santos, que já na altura buscava soluções que conduzissem à paz!

6 – As cumplicidades silenciosas de que beneficiou na sua passagem por Lisboa o Adido Militar Sul-Africano, Jacobus Everhardus Louw (1980/1983), culminaram finalmente com a sabotagem ao navio de cabotagem cubano Habana, a 15 de Junho de 1986, no porto do Namibe.

Para quem atribuiu a Ordem do Infante Dom Henrique com tanta “ligeireza” é claro que a questão de alguma vez ressarcir Angola e Cuba, é algo que jamais se colocou!

Este é um momento apropriado para lembrar tudo isso e mais ainda: mesmo no tempo do fascismo na Península Ibérica a Revolução Cubana não rompeu relações diplomáticas nem com Portugal nem com Espanha!

Se há algum povo, ou algum estado que por mérito próprio deveria entrar na CPLP, é Cuba que o merece por inteiro!

É assim para quem assume superioridade ética e moral e a sabe usar com a dignidade que os povos de todo o planeta merecem!

Foto: Imagem do navio Havana, sabotado pelos homens-rãs do 4º Recce das SADF NO PORTO DO Namibe, a 15 de Junho de 1986 – Empresa de Navegación Mambisa – http://www.lacuadernacubana.com/nuestra-flota/empresa-de-navegacion-mambisa-/

A consultar:
. A pirâmide da riqueza global –
http://www.diarioangolano.com/index.php/internacional/6272-a-piramide-da-riqueza-global
. Os 400 mais ricos nos Estados Unidos têm mais dinheiro que 160 milhões de pessoas – http://www.diarioangolano.com/index.php/opiniao/6490-os-400-mais-ricos-nos-estados-unidos-tem-mais-riqueza-do-que-160-milhoes-de-pessoas
. Assim se faz a hegemonia – http://paginaglobal.blogspot.pt/2013/07/assim-se-faz-hegemonia.html
- A civilização no cassino – http://www.diarioangolano.com/index.php/opiniao/6488-a-civilizacao-no-cassino
. A doutrina do choque – https://www.nexo.pt/uploads/book_files/50.pdf
. The shock doctrine – http://pt.wikipedia.org/wiki/The_Shock_Doctrine; http://en.wikipedia.org/wiki/The_Shock_Doctrine
.
O hiperconsumismo do capitalismo global está-nos matando – http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=22754
. Naomi Klein – http://pt.wikipedia.org/wiki/Naomi_Klein
. Apontamentos a 25 de Abril de 2013 – http://paginaglobal.blogspot.com/2013/04/apontamentos-25-de-abril-de-2013.html
.
Truth and Reconciliation Commission of South Africa Report – http://www.info.gov.za/otherdocs/2003/trc/
. Truth and Reconciliation Commission of South Africa Report – Volume Two –
http://www.stanford.edu/class/history48q/Documents/EMBARGO/2chap2.htm; http://www.justice.gov.za/trc/report/finalreport/Volume%202.pdf
. The State outside South Africa between 1960 and 1990 –
http://www.nelsonmandela.org/omalley/index.php/site/q/03lv02167/04lv02264/05lv02335/06lv02357/07lv02372/08lv02374.htm
. New boss for Simon’s Town –
http://www.defenceweb.co.za/index.php?option=com_content&view=article&id=26814:new-boss-for-simons-town&catid=55:SANDF&Itemid=108; http://saairforce.co.za/forum/viewtopic.php?t=4789
.
Em Berlim Rafael Marques recebe o Prémio Integridade e dedica a Nito Alves – http://www.dw.de/em-berlim-rafael-marques-recebe-prémio-integridade-e-dedica-o-a-nito-alves/a-17215161
. Transparência Internacional distingue Rafael Marques – http://www.diarioangolano.com/index.php/destaques/6365-transparencia-internacional-distingue-rafael-marques-2
. Operação Carlota – III – Cuba para a CPLP – http://paginaglobal.blogspot.com/2012/02/operacao-carlota-iii-iii-cuba-para-cplp.html
 

Mais lidas da semana