IEL – MAG – Lusa –
foto António Cotrim
O primeiro-ministro
português passeou hoje, durante quinze minutos, no centro do Mindelo, Cabo
Verde, cumprimentando e trocando palavras com a população, e afirmou aos
jornalistas que, em Portugal, faz o mesmo, mas não oficialmente.
A seguir, durante
um encontro com a comunidade portuguesa, maioritariamente luso-cabo-verdiana,
num hotel do Mindelo, Pedro Passos Coelho falou dos laços familiares que o
ligam a Cabo Verde, por via da sua mulher, Laura, que disse ter ficado triste
por não o acompanhar nesta visita.
O primeiro-ministro
português chegou ao Mindelo, na ilha de São Vicente, hoje à tarde, juntamente
com os ministros de Estado e dos Negócios Estrangeiros, da Defesa Nacional, da
Administração Interna e da Economia e do Emprego, para participar na II Cimeira
Luso-Cabo-verdiana, que se realiza no domingo.
Já de noite, Passos
Coelho deu um passeio a pé, começando junto à Câmara Municipal do Mindelo, onde
se dirigiu a um grupo de cabo-verdianos, distribuiu cumprimentos e conversou
com alguns deles, comentando as mudanças ocorridas na cidade do Mindelo desde a
última vez que aqui tinha estado, em 1999.
"A dimensão de
toda a cidade aumentou muito. Tem muito mais gente agora, aqui", observou.
Em resposta à
comunicação social portuguesa, o primeiro-ministro português negou que este
fosse um momento raro de contacto seu com as pessoas, que não tem em Portugal.
"Eu ando normalmente na rua, e a conversar com as pessoas também".
Perante a
insistência dos jornalistas, Passos Coelho insistiu que em Portugal também dá
passeios na rua: "Também dou, mas não em circunstâncias oficiais".
"Tenho menos
oportunidades, mas também faço", acrescentou, mostrando-se incomodado
pelas luzes das câmaras de filmar, que estavam dirigidas contra os seus olhos:
"Eu tenho medo é de não ver o chão".
Neste passeio de
quinze minutos, que terminou no hotel onde se encontra instalado, Passos Coelho
teve ao seu lado o primeiro-ministro de Cabo Verde, José Maria Neves.
O ministro de
Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, seguia mais atrás, entre
outros membros da comitiva portuguesa.
No caminho, Passos
Coelho cumprimentou a maior parte das pessoas com quem se cruzou e ouviu
palavras de simpatia como "força", "coragem" ou "venha
sempre".
Eric, de 14 anos,
mostrou-se contente com a presença do primeiro-ministro português no Mindelo e
juntou-se à comitiva, assim como outros cabo-verdianos: "Um passeio com
Passos Coelho", exclamou.
A seguir, durante o
encontro com a comunidade portuguesa, o primeiro-ministro português fez um discurso
de quase cinco minutos, sobre a proximidade entre Portugal e Cabo Verde.
"Muitas vezes
nos misturámos na nossa história, não sabendo já quem é de Cabo Verde ou quem é
de Portugal. Assim é, que quase todos temos família dos dois lados. Eu também
tenho família aqui e fiquei muito satisfeito de poder encontrar-me com uma parte
dela. A minha mulher ficou muito triste de não poder estar aqui também, para
ver e cumprimentar alguma da família que aqui tem", declarou.