terça-feira, 11 de outubro de 2011

Timor-Leste: Ministro detido na Austrália por transportar grande quantia de dinheiro




JORNAL DIGITAL

Ainda não foi revelado o nome

Díli – Segundo Paulo Martins, deputado do CNRT, um membro do Governo de Xanana Gusmão foi detido, na Austrália, no aeroporto de Darwin, por transportar 400 mil dólares em dinheiro.

Paulo Martins não quis revelar o nome do ministro, que foi à Austrália no âmbito de uma visita privada, onde está detido, mas disse, em sessão parlamentar, esta segunda-feira, 10 de Outubro, que o Governo irá investigar devidamente o caso.

Fernanda Borges, líder da bancada do Partido da Unidade Nacional (PUN), disse, na mesma sessão, que o ministro cometeu um crime, referindo que a sua atitude trará «vergonha para Timor-Leste».

Fernanda Borges é de opinião que o Governo deverá dar explicações acerca do sucedido: «Nós, o Parlamento, queremos saber de quem se trata, o nome do ministro que foi detido. As pessoas têm o direito de saber porque, caso contrário, pensarão que poderá ser qualquer um de nós».

A líder da bancada do PUN disse ainda que esta situação deverá ter ocorrido devido ao facto de o Parlamento timorense ter falhado ao criar uma lei que cubra a lavagem de dinheiro.

Inácio Moreira, deputado do FRETILIN, disse que o ministro prejudicou a imagem do país no exterior, acrescentando que «esta atitude não pode ser tolerada. Peço ao Estado que denuncie o nome do ministro em causa».

Inácio Moreira referiu ainda que a quantia que o político transportava equivale a um montante maior do que o ordenado de um ministro timorense, durante quatro anos.

O vice-Presidente do Parlamento, Vicente Guterres, disse, na mesma sessão, que o Governo deverá dar explicações acerca do sucedido, por se tratar de uma «grande vergonha para o país».

«Continuo a questionar, não para deixar o ladrão em liberdade mas porque é uma vergonha para o Estado de Timor-Leste», declarou Vicente Guterres.

(c) PNN Portuguese News Network

OS DESEQUILÍBRIOS DO MILAGRE CHINÊS




Marcelo Justo - Direto da China – Carta Maior

Com a crise global de 2008, as crescentes pressões para uma valorização de sua moeda e os conflitos sociais com uma classe trabalhadora cansada de sacrifícios, o governo chinês vem impulsionando uma mudança do atual modelo de crescimento baseado nas exportações para outro que aproveite o infinito potencial de seu consumo doméstico. Em 30 anos de crescimento acelerado, o país deu um salto qualitativo em termos de desenvolvimento, mas pagou um alto preço em termos sociais. O artigo é de Marcelo Justo.

O 8 é o número mágico chinês, fonte de superstições de todo tipo: nem sequer a política econômica escapa de seu magnetismo. Durante muito tempo, Pequim fixou nesse número a taxa de crescimento necessária para manter a harmonia social (“hexie”), um dos termos mais escutados nos debates televisivos deste país.

Nas últimas duas décadas o governo superou esta cifra com folga. A China substituiu a Alemanha como primeiro exportador mundial e é hoje líder de setores de alta tecnologia como telecomunicações, painéis solares e redes elétricas. Mas as coisas estão mudando. Com a crise global de 2008, as crescentes pressões para uma valorização de sua moeda e os conflitos sociais com uma classe trabalhadora cansada de sacrifícios, o governo vem impulsionando uma mudança do atual modelo de crescimento baseado nas exportações para outro que aproveite melhor o infinito potencial de seu consumo doméstico.

A mudança está consagrada no 12° plano quinquenal da China apresentado em março e que está centrado em uma série de medidas econômicas e sociais para estimular o consumo doméstico entre 2011 e 2015. Entre os anúncios, encontra-se a construção de 36 milhões de casas a preços populares, a criação de 45 milhões de postos de trabalho em zonas urbanas e a manutenção de uma taxa de desemprego abaixo de 5%. Em setembro entrou em vigor uma reforma tributária que elevou pela segunda vez em três anos o limite a partir do qual se paga impostos. Este limite passou de 2000 yuanes para 3.500 yuanes mensais (548 dólares), uma mudança que permitirá que 80% da população não pague impostos.

A porcentagem é reveladora da enorme brecha que separa a China e um país desenvolvido: a imensa maioria da população vive com uma renda mensal inferior a essa cifra. Segundo um estudo comparativo do Fundo Monetário Internacional (FMI), em 2010 o salário médio chinês era cerca de 16% do estadunidense. A mudança de direção para uma economia mais baseada no consumo doméstico é uma das tentativas de solucionar esse problema.

Falar de milagre chinês a essa altura é falar de uma obviedade: os números saltam à vista. Mas se é verdade que nestes 30 anos de crescimento aceleradíssimo, o país deu um salto qualitativo em termos de desenvolvimento, ao mesmo tempo é igualmente certo que se pagou um alto preço em termos sociais. O coeficiente de desigualdade Gini passou de 0,28 em 1978 para 0,45 em 2000, a migração interna é de aproximadamente 200 milhões de pessoas, a externa (ilegal) inundou o mundo com desempregados de extração majoritariamente rural ou urbana pobre.

A autora de “Chinese whispers”, cujo novo estudo sobre a migração externa será publicado em 2012, Hsiao Hong Pai, explicou à Carta Maior o lado obscuro deste milagre. “A política de portas abertas de Deng Xiao Ping gerou um profundo problema de deslocamento social devido a dezenas de milhões que perderam seu trabalho por causa da reestruturação econômica. A imprensa ocidental só fala de passagem deste lado obscuro como se fosse uma espécie de dano colateral inevitável”, assinalou.

A revolução exportadora se baseou em uma política de salários baixíssimos e em um desequilíbrio entre esse setor e seu correlato de consumo doméstico. Na década de 90, o consumo doméstico constituía cerca de 48% do PIB: hoje é de aproximadamente 36%. O desmantelamento do sistema de proteção social nos últimos 15 anos – especialmente nas áreas da saúde, educação e pensões – é uma das razões deste contínuo retrocesso em uma economia que cresce a passos gigantescos. “As pessoas se viram obrigadas a poupar para fazer frente a gastos previsíveis, como a educação dos filhos, ou não, como uma operação ou uma doença, precisando enfrentar, além disso, um mais que precário sistema de seguridade”, disse à Carta Maior o economista chinês Shujie Yao.

Esses desequilíbrios foram objeto de um intenso debate no interior do Partido Comunista. A nomeação do atual presidente Hu Jiantao e do primeiro ministro Wen Jiabao, em 2002, marcou um giro à esquerda após o longo reinado de Jian Zemin que, no final de seu mandato, permitiu o ingresso de empresários e milionários no partido, flexibilizando como nunca antes a identidade política de uma organização que é a coluna vertebral do Estado.

Como costuma acontecer na China, as mudanças foram precedidas por uma crítica aberta à política prévia que preparou o terreno para uma paulatina reforma da reforma. Em 2008, o governo modificou a lei trabalhista para promover a contratação enquanto que, em algumas províncias, como Guangdong, abriu-se uma porta para que os trabalhadores negociem diretamente as condições de emprego. Em 1982, o giro pró-capitalista de Deng Xiao Oing havia suprimido o direito constitucional à greve consagrado durante a era de Mao Tse Tung.

Quo vadis?

Um crescimento com mais peso no consumo doméstico requer melhores salários e condições de trabalho, o que abre um potencial conflito com multinacionais e empresas privadas. Nos últimos anos, o outrora “paraíso das multinacionais”, presenciou uma onda de conflitos em grandes empresas como a japonesa Honda e a taiwanesa Foxcon que terminaram com importantes aumentos salariais e concessões por parte das empresas.

A esse novo protagonismo reivindicativo trabalhista – ao mesmo tempo estimulado e vigiado pelas autoridades – o governo está somando o indubitável poder de fogo que lhe proporciona seu impressionante volume de poupança. Está em curso uma reforma do sistema nacional de saúde que pretende outorgar serviços médicos básicos para toda a população ao final deste ano e assegurar uma cobertura universal (de todas as enfermidades) em 2020. Em agosto, o governo anunciou um programa similar para o setor previdenciário que cobriria em 2015 o conjunto da população.

Por sua parte, o sistema bancário estatal chinês está tentando direcionar o crédito do financiamento das grandes empresas estatais para as pequenas e médias empresas, uma medida fundamental para a ativação do mercado doméstico. Ao final de abril deste ano, os empréstimos do setor totalizaram quase 10 bilhões de yuanes (cerca de 1,5 trilhões de dólares), um aumento de mais de 7% em relação ao ano anterior. Outro possível motor do consumo é o crédito individual. Com mais de 2 bilhões de cartões de crédito em uso, o potencial é evidente, mas no momento, mostrando as dificuldades de uma mudança de paradigma, os usuários se mostram cautelosos.

Uma recente investigação conjunta de uma universidade australiana e outra chinesa mostra que a nova classe média segue mantendo atitudes “confucianas” em relação ao dinheiro. “Há muito temor de gastar demais e se perder o controle financeiro de suas próprias vidas”, assinalou ao China Daily o especialista Frauke Mattison Thompson.

Uma China mais voltada ao consumo doméstico e com maior poder aquisitivo é um dos estímulos de que necessita a economia global que vem caminhando na ponta dos pés pela borda da depressão global desde 2008. A estratégia tem dois problemas. Em uma economia gigantesca, as margens de erro crescem inevitavelmente, mas, além disso, e de maneira fundamental, está o fator tempo. O processo requer pelo menos de 3 a 5 anos para mostrar resultados tangíveis. Do jeito que vão as coisas, não há garantias de que a China ou o mundo tenham esse período de graça.

Tradução: Marco Aurélio Weissheimer

ISRAEL E HAMAS ACORDAM TROCA DE SOLDADO POR PRISIONEIROS PALESTINIANOS





Responsáveis oficiais de Israel e do Hamas anunciaram, esta terça-feira, um acordo que deverá implicar a libertação do soldado israelita Gilad Shalit, detido na faixa de Gaza, por centenas de prisioneiros palestinianos.

Após cinco anos de penosas negociações, o acordo deverá assegurar o regresso a casa de Shalit, capturado em Junho de 2006 num raide de combatentes palestinianos que penetraram em território israelita a partir da Faixa de Gaza, para capturarem o jovem militar então com 20 anos.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, convocou o seu governo para uma reunião de emergência destinada a examinar uma "proposta séria" para a libertação de Gilad Shalit, referiram fontes oficiais.

No Cairo, um alto responsável do Hamas, o movimento radical palestiniano que controla a Faixa de Gaza, também confirmou o acordo.

O desfecho das negociações deverá implicar a troca de Shalit por cerca de mil prisioneiros palestinianos. Israel tinha previamente recusado as exigências do Hamas pelo facto de alguns detidos estarem a cumprir pesadas penas de prisão por ataques mortíferos contra Israel.

Uma delegação do Hamas proveniente do seu quartel-general na Síria e chefiada por Mahmud Zahar, alto responsável da organização, chegou esta noite ao Cairo, referiu a agência noticiosa AP. Um outro responsável da organização palestiniana adiantou que o acordo deverá ser aplicado no prazo de uma semana.

Mais Mundo

Zimbabué: PR MUGABE ACEITA UM VICE-MINISTRO DA AGRICULTURA SAÍDO DA OPOSIÇÃO




ÁFRICA 21 – com agências

Ele aceitou também a nomeação de Lucia Matibenga, veterana de acção sindical e parlamentar do MDC, como ministra do Serviço Público.

Harare - O presidente do Zimbabwe Robert Mugabe aceitou hoje (10) Seiso Moyo como novo vice-ministro da Agricultura, também saído da oposição, após ter recusado há mais de dois anos de nomear neste posto um próximo do Primeiro-ministro Morgan Tsvangirai, noticia a AFP.

Tsvangirai tinha escolhido o tesoureiro do seu partido Roy Bennett, mas esse último tinha sido detido em Fevereiro de 2009, justamente antes de prestar juramento e acusado de ter financiado um "complot" contra Mugabe, há cinco anos.

No entanto, o presidente Mugabe queria esperar que o processo fosse julgado antes dele entrar no governo, mas mesmo após do encerramento do processo, ele manteve a sua recusa.

A fazenda de Bennett tinha sido confiscada no quadro da reforma agrária decretada no ano 2000 pelo governo que determinou a expropriação de terras dos brancos para as transferir aos zimbabweanos negros.

Benett, que era uma das vozes mais críticas do presidente, de 87 anos, reside actualmente na África do Sul, após a sua fuga do Zimbabwe, afirmando que o queriam deter por razões falaciosas.

O Movimento para a Mudança Democrática (MDC) de Morgan Tsvangirai finalmente escolheu Seiso Moyo, uma escolha que o presidente Mugabe aceitou hoje, pondo termo a um dos mais um dos sérios conflitos que envenenava o frágil governo de união nacional.

O presidente Mugabe aceitou também a nomeação de Lucia Matibenga, uma veterana de acção sindical e parlamentar do MDC, como ministra do Serviço Público. Ela substitui Eliphas Mukonoweshuro, falecido há dois meses. As informações são da Angop.

Cabo Verde ocupa segundo lugar no índice de boa governação na África Subsaariana




ÁFRICA 21 – com A Semana

O Índice Ibrahim de Governação Africana 2011 coloca Cabo Verde em primeiro lugar entre 53 países no que diz respeito à “Participação e Direitos Humanos”.

Praia - Cabo Verde ocupa o segundo lugar entre os países mais bem governados de África, apontam os dados da classificação divulgada pela Fundação Mo Ibrahim , segunda-feira (10). Cabo Verde obteve uma pontuação de 79 em 100, ficando atrás apenas das Maurícias (82), informa o site A Semana.

O Índice Ibrahim de Governação Africana 2011 coloca Cabo Verde em primeiro lugar entre 53 países no que diz respeito à “Participação e Direitos Humanos”, categoria em que o arquipélago alcançou 78 pontos. Nos capítulos “Segurança e Estado de Direito” e “Oportunidade Económica Sustentável”, Cabo Verde quedou-se no terceiro lugar, com 87 e 68 pontos, respectivamente.

De entre os quatro itens do índice, Cabo Verde consegue a pior colocação (4º) na categoria “Desenvolvimento Humano”, que engloba as áreas de segurança social, educação e saúde. Ainda assim, aparece com 83 pontos, bem acima da média geral, que é 56 pontos.

No cômputo geral, a Fundação Ibrahim aplaude a consistência de Cabo Verde e mais quatro países africanos em matéria de boa governação. “Os países consistentemente classificados nos primeiros cinco lugares do desempenho de governação global – Maurícias (82 pontos), Cabo Verde (79), Botsuana (76), Seicheles (73) e África do Sul (71)– têm, até agora, registado um elevado desempenho em todas as quatro categorias”, lê-se no relatório da Fundação.

O mesmo documento realça também os progressos “notáveis” alcançados pela Libéria e pela Serra Leoa, dois países a emergir de prolongadas guerras civis. “Ambos melhoraram continuamente no que concerne às quatro categorias de governação do Índice: Segurança e Estado de Direito, Participação e Direitos Humanos, Oportunidade Económica Sustentável e Desenvolvimento Humano”.

Estabelecido em 2007, o Índice Ibrahim é a recolha “mais abrangente de dados quantitativos que facultam uma avaliação anual do desempenho da governação em cada país africano”. Publicado pela Fundação Mo Ibrahim, uma organização que apoia a boa governação e a excelência na liderança em África, este índice mede a distribuição de bens e serviços públicos através de 86 indicadores. As informações são do portal A Semana.

ÁFRICA DO SUL, ANGOLA E MOÇAMBIQUE NA AGENDA DA PRESIDENTE DO BRASIL




ÁFRICA 21 – com agência

Em Durban, Dilma Rousseff vai 'participar da 5ª Cúpula do Ibas – que reúne Índia, Brasil e África do Sul.

Brasília – A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, efetua na próxima semana visita à África do Sul e possivelmente a Angola e Moçambique.

Dilma desembarcará em Durban, na África do Sul, para participar da 5ª Cúpula do Ibas – que reúne Índia, Brasil e África do Sul. A presidente brasileira deve ir também a Pretória, a capital política da África do Sul. Na visita, Dilma Rousseff destacará o interesse brasileiro em ampliar as parcerias na região.

Há, ainda, a possibilidade de estender a viagem para Moçambique e Angola. A ideia é que Dilma visite Maputo, capital moçambicana, e Luanda, a angolana. O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, disse segunda-feira (10) que o governo quer incrementar as relações comerciais e econômicas com os países em desenvolvimento.

Em Moçambique, empresas brasileiras mantêm uma série de investimentos em vários setores, sendo que a exploração de carvão, pela Vale, é um dos principais. Porém, o país também é alvo das atenções da China. Para enfrentar a competição com os chineses, o governo brasileiro oferece investimento em território moçambicano usando a mão de obra local.

Para Angola e Moçambique, as exportações brasileiras se concentram em produtos industrializados, carne de frango (congelada, fresca ou refrigerada), açúcar refinado, veículos de carga e chassis com motor e carrocerias para veículos automóveis. As informações são da ABr.

Parlamento da Guiné Equatorial aprova português como terceira língua oficial do país




ÁFRICA 21 – com agências

Nseng Esono assegurou que se trata de "romper com o isolamento que tanto tem prejudicado a Guiné Equatorial nas relações internacionais tradicionais".

Malabo - A Assembleia Nacional da Guiné Equatorial aprovou, por maioria, o português como terceira língua oficial do país, informaram ontem (10) fontes oficiais guineenses.

A excepção de Plácido Micó, secretário-geral e deputado do partido Convergência para a Social-Democracia (CPSD), os restantes 99 parlamentares aceitaram a proposta defendida pelo vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Francofonia, Eustáquio Nseng Esono.

Nseng Esono referiu aos deputados que o ante – projecto de lei que reconhece o português como idioma oficial é "uma decisão política que está justificada pelos vínculos culturais e estratégicos que unem a Guiné-Equatorial aos países lusófonos."

O vice -ministro recordou que "a inclusão dessa nova língua, juntamente com o espanhol e o francês, responde aos alinhamentos estratégicos do Ministério dos Negócios Estrangeiros para avançar no mundo globalizado."

Nseng Esono assegurou que se trata de "romper com o isolamento que tanto tem prejudicado a Guiné Equatorial nas relações internacionais tradicionais."

O francês foi o idioma que a Câmara de Representantes aprovou como segunda língua no país, em Setembro de 1997, dentro do "contexto das relações internacionais da Guiné Equatorial" e para sua "integração completa", numa zona de África maioritariamente francófona, segundo justificou o Presidente guineense, Teodoro Obiang.

O francês é o "idioma de trabalho" desde a integração do país, em 1985, à União Aduaneira e Económica dos Estados da África Central (UDEAC), actual Comunidade Económica e Monetária da África Central (CEMAC) e ao Banco dos Estados da África Central (BEAC), duas instituições apoiadas pelo Governo de França.

A Guiné-Equatorial ambiciona trocar o estatuto de observador na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa por membro de pleno de direito.

Pressionados por várias opiniões contrárias denunciando abuso dos direitos fundamentais no regime de Teodoro Obiang, no poder desde 1979, os chefes de Estado e de governo dos "oito" decidiram, na cimeira de Luanda, em Julho de 2010, condicionar a decisão final da Guiné Equatorial sobre a adesão a mais negociações. As informações são da Angop

É MINISTRO DE XANANA O PORTADOR DE 400 MIL DÓLARES "LEVADOS" PARA A AUSTRÁLIA




REDAÇÃO

MÉTODO DE “PASSAR” MILHARES DE DÓLARES ERA HABITUAL

Afinal ela é um ele. A "senhora timorense" que alegadamente tinha sido detida no aeroporto de Darwin pertence ao sexo masculino e é um elemento do governo de Xanana Gusmão. Pelo que conseguimos apurar é um ministro de que aguardamos a confirmação da identidade através das nossas fontes.

Segundo o Timor Hau Nian Doben, blogue de Timor-Leste, as autoridades australianas tinham detido uma senhora portadora de 400 mil dólares provenientes de Timor-Leste. Supostamente era uma senhora e assim se aguardou desenvolvimento durante todo o fim-de-semana. Fontes do Página Global começaram a referir um homem e por último garantiram com toda a segurança tratar-se de “um componente do governo de Xanana Gusmão, provavelmente um ministro”.

O Página Global sabe que foram feitas “pressões por parte de Xanana Gusmão ou de seus mandatários para que o caso não fosse divulgado”, mas elementos das autoridades aeroportuárias, discordantes do silenciamento de uma ação tão grave, “fizeram “transpirar” a ocorrência”. Acresce que outras fontes, igualmente por as considerarmos fidedignas as mencionamos, referiram que o método desta “operação não acontece pela primeira vez” e que “timorenses com cargos de responsabilidade há tempos que estão sob suspeita quando se deslocam à Austrália”.

O Página Global aguarda mais e melhores informações que nos permitam fazer a devida divulgação com correção.

CENSURA OU IMPERATIVO DEMOCRÁTICO?




RODOLPO MOTTA LIMA* – DIRETO DA REDAÇÃO

A palavra “democracia”, como muitas outras em nosso país e no mundo,  costuma ser  usada ao bel-prazer de quem a empunha, em um semântico  balaio de gatos onde entra o que convém e  em função do momento. O  planeta  já abrigou, em tempos não muito longínquos, regimes discricionários que, por serem anticomunistas, se autoproclamavam e eram aceitos como representantes do mundo  “livre”.

Muitos, deliberada ou inocentemente, confundem o vocábulo  com “capitalismo”, “neoliberalismo” e coisas do gênero, considerando como dogma democrático a condução da sociedade pelas chamadas leis do mercado e elegendo a “livre iniciativa” como seu maior sustentáculo.  Os que pensam assim,  certamente consideram  democrática uma sociedade em que,  ao lado dos multimilionários especuladores do capital, prevalecem grandiosos bolsões de pobreza. Quando muito, são capazes de caras e bocas hipócritas que, misturando comiseração e cinismo, lamentam  que haja pobres no mundo...

A serviço desse pensamento que beira a perversidade,  não se admite sequer -  em nome de uma pretensa democracia -  a perda dos anéis para manter os dedos. Isso se comprova, aqui e fora daqui, pelas reações raivosas diante do pagamento de impostos  ou da taxação proporcional das grandes fortunas, medidas que têm a fundamentá-las, entre outros aspectos,   a  correção das desigualdades  sociais.  Esses assuntos, aliás, já mereceram alguns artigos aqui no DR, inclusive um dos últimos do Mair Penna Neto, cujos termos subscrevo enfaticamente.
    
Em aparente defesa do ideal  democrático,  veiculam-se  falácias múltiplas, como a  tese de que  a grande mídia neste país  é intocável e não  pode ser submetida a qualquer controle, logo alcunhado de “censura”. Essa turma, aliás, entende bem de censura, inclusive de autocensura. A maioria conviveu  muito bem (e cresceu) com a ditadura militar, sendo até risível que muitos dos que a apoiaram à época da repressão  se apresentem  hoje como    arautos da liberdade.

Uma vertente a ser considerada, aqui, é a do sistema publicitário que, respaldado na “liberdade” que a democracia preconiza – mas fazendo predominar a sede de vender – veicula peças de propaganda que incitam a posturas pouco recomendáveis. O caso da modelo Gisele Bündchen, que atualmente se discute, é emblemático.  Ainda que alguns vejam, nas críticas que estão sendo feitas à propaganda de lingerie que ela protagoniza, um ranço de puritanismo, uma atitude exagerada do “politicamente correto” ou até “falta do que fazer”, nem por isso se pode deixar de considerar que a publicidade em questão nada acrescenta à luta da mulher brasileira pelo seu espaço social e pela emancipação do ancestral jugo machista e, pelo contrário, reforça um posicionamento de “objeto sexual” que, diga-se, está muito presente em nossas propagandas.

Voltando ao enfoque da informação, o assunto “controle social da mídia” é sério e como tal deve ser considerado, em um país em que as grandes empresas de comunicação constituem um verdadeiro cartel ideológico, fazendo transitar com ênfase as notícias que interessam, distorcendo fatos segundo seus interesses nada escondidos, manipulando leitores e telespectadores  com uma seleção intencional de ocorrências a serviço de seus desígnios, tudo isso sem o indispensável contraponto que constitui  uma exigência democrática.

Assim, quando se fala em “controle social” , a expressão é bem clara e não pode ser desqualificada, por maior que seja o esforço dos que pretendem desmoralizá-la.  A sociedade tem, sim, o direito de autodefender-se da manipulação. Pode e deve, perfeitamente, nomear seus representantes para isso.  Não se pode esquecer que, no caso dos canais de TV,  essa mídia existe sob a forma de concessão pública e, portanto, não pode nem deve fazer-se representante de uma parcela apenas desse público, tanto mais se essa parcela representar interesses elitistas, contrários ao do povo.  Sempre me pergunto por que um governo como o atual ainda alimenta (ou  sustenta)  certas organizações com polpudas verbas publicitárias e privilégios de outras naturezas. O poderio de uma organização como a Globo, por exemplo, pela forma direta ou (mais perigosa ainda) subliminar com que age na cabeça do público destinatário – com sua programação alienante e seus ídolos “fabricados”,  não pode, em nome de uma falsa liberdade, deixar de ser fiscalizado. E combatido, sempre que se mostrar contrário aos interesses do país.

Fique claro que não se quer, aqui, limitar o direito à  informação , mas tão somente fazer com que ela flua realmente de forma  democrática, respeitados, sem escamoteamentos, edições ou depoimentos de falsos “especialistas”, todos os pontos de vista, todas as óticas que cercam um fato objeto de notícia ou de comentário.  No caso da propaganda, o que se deseja é que prevaleçam os princípios básicos da ética e dos valores cidadãos. Esses são, realmente, imperativos da verdadeira democracia.

* Advogado formado pela UFRJ-RJ (antiga Universidade de Brasil) e professor de Língua Portuguesa do Rio de Janeiro, formado pela UERJ , com atividade em diversas instituições do Rio de Janeiro. Com militância política nos anos da ditadura, particularmente no movimento estudantil. Funcionário aposentado do Banco do Brasil.

Brasil: GREVE DOS CORREIOS SERÁ JULGADA ESTA TERÇA-FEIRA PELO TST




CORREIO DO BRASIL, com ABr - de Brasília

O Tribunal Superior do Trabalho (TST) marcou para esta terça-feira a sessão de julgamento sobre a greve dos funcionários dos Correios. Os servidores e a direção da empresa não chegaram a um acordo sobre o desconto dos dias parados, o percentual de reajuste, o pagamento de abono e o aumento linear para a categoria.

O relator do processo relativo ao dissídio dos funcionários é o ministro Maurício Godinho Delgado. A direção dos Correios e a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect) divergiram sobre os termos de uma negociação para o fim da greve.

Os funcionários recusaram a proposta de reajuste de 6,87%, o abono imediato de R$ 800,00 e o aumento linear de R$ 60 a partir de janeiro de 2012. Os termos de um eventual acordo foram votados em assembleias dos 35 sindicatos que integram a federação. Os principais impasses estão no desconto dos dias parados e no valor do abono.

Por determinação do TST, a Fentect deve manter em atividade o contingente mínimo de 40% dos empregados em cada unidade operacional da empresa durante a greve. Se a decisão for desobedecida, será cobrada multa de R$ 50 mil por dia.

Em comunicado, publicado na página dos Correios na internet, a empresa informou que 80% dos funcionários estão trabalhando em todo o país e que as agências funcionam normalmente. A federação rebate os números.

Brasil: DILMA QUER QUE EMERGENTES DEBATAM ECONOMIA DOS MAIS RICOS




CORREIO DO BRASIL - com Reuters - de Brasília

A presidenta Dilma Rousseff voltou a pedir, durante sua viagem à Europa, que os países emergentes possam debater a situação econômica dos mais ricos no âmbito do G20, já que os problemas nas grandes economias podem ter consequências nas mais pobres.

Dilma estava em viagem oficial a Bélgica, Bulgária e Turquia na última semana e explicou, no programa de rádio semanal “Café com a Presidenta” desta segunda-feira, que tocou neste assunto durante a visita.

-Falamos também da reunião do G20, o grupo das 20 maiores economias do mundo. Os países emergentes, que estão em muito melhor situação, querem debater as decisões dos países mais ricos, uma vez que elas podem afetar suas economias-, afirmou a presidenta no programa.

Dilma também relatou ter dito, durante os encontros, que os Estados e a Europa não podem tomar medidas recessivas para solucionar a crise.

Para a presidenta, essa atitude deve provocar queda nas taxas de emprego e de crescimento dos países com problemas.

-Eu disse aos nossos parceiros da União Europeia que a saída para vencer a crise não deve passar por mais e mais medidas recessivas, que vão exigir grandes cortes nos investimentos, provocar profunda queda no emprego, no crescimento das economias e, portanto, gerar recessão-, explicou. ”É claro que os países desenvolvidos têm de parar com a especulação e o descontrole de suas finanças e bancos, mas também é imprescindível que voltem a crescer-, concluiu.

*Foto Reuters

Sábado: INDIGNADOS PROTESTAM A 15 DE OUTUBRO EM TODO O MUNDO




RTP

Para o próximo sábado, 15 de outubro, está marcado um protesto a nível global, com mais de 400 iniciativas previstas em mais de 45 países. Várias cidades portuguesas incluindo Lisboa, Porto, Angra do Heroísmo, Braga, Coimbra e Évora vão ser palco dessas manifestações pacíficas.

O protesto divulgado pelo site com o nome “United for Global Change” (Unidos para a Mudança Global), afirma que “na América, Ásia, África e Europa, a população está a preparar-se para reivindicar os seus direitos e exigir uma verdadeira democracia, num protesto global, não violento”.

“Unidos numa só voz, vamos dizer aos políticos e às elites financeiras que cabe ao povo decidir o seu futuro”, frisam os organizadores que acrescentam: “No dia 15 de outubro, vamos encontrar-nos nas ruas para revelar as mudanças globais que queremos. Vamos demonstrar falar e organizar pacificamente até que nos escutem”.

“Está na hora de nos unirmos. Está na hora de nos escutarem”, remata o comunicado lançado na net que apela aos cidadãos de todo o mundo para que participem neste protesto.

Segundo o site, sábado ocorrem protestos em mais de 70 cidades norte-americanas, entre as quais Washington, Los Angeles, Chicago, Miami e Dallas.

“Ocupa Wall Street” deverá estender-se no tempo

O protesto dos indignados em Nova Iorque, que já entrou na quarta semana consecutiva, está para durar, depois do "mayor" nova-iorquino ter revelado que “os manifestantes podem ficar por tempo indeterminado, desde que cumpram a lei”.

“A questão de fundo é que as pessoas querem expressar-se, e enquanto obedecerem à lei, nós autorizamo-las. No entanto, serão tomadas as medidas supostas em caso de infrações”, revelou Michael Bloomberg.

Em Nova Iorque, a polícia já gastou cerca de 1,4 milhões de euros, sobretudo em horas extraordinárias, com o policiamento à zona de Zuccotti, onde está instalado o acampamento.

Mas nos Estados Unidos, os protestos não se cingem só a Nova Iorque, também em Washington os indignados conseguiram uma extensão de quatro meses para acampar junto à Casa Branca. Em Boston, centenas de estudantes universitários protestaram contra o sistema educativo.

Manifestações em Portugal

Em Lisboa, o protesto vai começar às 15h00 com uma manifestação que começará na Praça Marquês de Pombal com rumo à Assembleia da República, onde às 18h00 vai decorrer uma assembleia popular, na qual vai ser apresentada uma “auditoria cidadã à dívida pública”.

“Neste momento estamos a pagar por algo que não sabemos de onde vem(…) nem a quem devemos”, afirmou à Lusa Paula Gil, dirigente do movimento 12 de março (M12M), uma das quase 30 organizações que convocaram o desfile em Lisboa.

“Terminar o desfile no sábado na Assembleia da República é simbólico e pretende lembrar aos deputados de que a voz dos cidadãos tem de ser ouvida. As políticas têm que ser discutidas com as pessoas”, acrescentou.

Hoje ao início da manhã, na página da rede social, Facebook, denominada “15 de Outubro a democracia sai à rua”, quase seis mil pessoas já revelaram que vão participar no protesto do próximo sábado e mais de 64 mil ainda estão indecisas. No entanto, mais de oito mil já decidiram que não participam.

Segundo uma dos promotores do protesto no Facebook, “há um acompanhamento constante, com uma monotorização 24 horas por dia, para que não sejam aceites comentários de âmbito xenófobo ou que violem de qualquer outro modo os direitos das pessoas”.

“Apelos à violência também são apagados. E os autores dos comentários apagados são informados da decisão das razões que originaram a sua eliminação”, disse.

Além de Lisboa, em Portugal o protesto realiza-se também na Praça da Batalha (Porto), Praça Velha (Angra do Heroísmo), Avenida Central (Braga), Praça da República (Coimbra), Praça do Sertório (Évora) e Jardim Manuel Bivar (Faro).

Espanha foi dos primeiros países a aderir

Os indignados espanhóis foram os primeiros a aderir ao movimento, em maio passado, e no próximo sábado vão reunir-se no centro de Madrid, tal como fizeram da jornada de protesto do passado dia 19 de junho que conseguiu reunir cerca de 200 mil pessoas de todo o país.

“Estamos muito contentes que Nova Iorque tenha conseguido uma grande visibilidade”, revelou à APF, o porta-voz da plataforma espanhola “Democracia Real Já!”, a organização que teve na origem o surgimento do movimento dos indignados espanhóis contra o desemprego e a crise.

“Isto m ostra que está é uma questão que não diz só respeito a Espanha, mas sim ao mundo inteiro, porque a crise é global, os mercados operam à escala global”, frisoou Jon Aguire Such, que acrescentou que “unidos sob uma única voz vamos dizer aos políticos e às elites financeiras que eles servem, que agora somos nós, o povo, a decidir o nosso futuro”.

O protesto em Espanha acontece um mês antes das eleições gerais antecipadas prevista para 20 de novembro.

Bélgica e Suíça também recebem protestos

As cidades suíças de Zurique, Genebra e Basileia também vão receber indignados que vão protestar contra o poder do sector bancário. Um milhar de pessoas são esperadas no próximo sábado na Paradeplatz de Zurique, a praça emblemática da finança helvética, onde se encontram as sedes dos bancos USB e Credit Suisse.

“Os bancos contam mais que os cidadãos. Não deveria ser assim. Temos de corrigir a situação”, afirmou um dos organizadores do protesto dos indignados na Suíça.

Em Bruxelas já estão desde o passado sábado cerca de 200 ativistas indignados originários de Espanha e França.

Os ativistas, que contestam a crise atual e o agravamento das condições de vida, ainda não têm autorização da polícia belga para acampar no parque Elisabeth, perto da basílica nacional.

Protestos em Israel

Telavive é uma das cidades que consta do mapa do movimento global do próximo sábado. O manifesto para a marcha em Israel alerta contra aquilo que os organizadores consideram “os perigos do sistema capitalista”.

Segundo uma ativista israelita, “está agendada uma marcha que vai culminar na praça do museu de arte de Telavive onde vão ser transmitidas num ecrã gigante e em tempo real as manifestações em outras frentes mundiais”.

*Foto Reuters

Portugal - Indignados voltam à rua: "Venham todos, porque estamos todos a ser atacados"




RTP

Os promotores da manifestação de 12 de março, que ficou conhecida como a da "Geração à rasca", convocam agora uma nova jornada de luta, para o próximo dia 15 de outubro. Sublinham que a iniciativa parte de movimentos sociais, mas que é esperada a adesão de partidos e sindicatos.

Paula Gil, integrante do Movimento Doze de Março (M12M), uma das 30 organizações convocantes da manifestação, declarou à Agência Lusa a sua convicção de que é necessária uma auditoria da dívida porque "neste momento estamos a pagar algo que não sabemos de onde vem (...) nem a quem devemos".

Essa dívida nebulosa tem vindo a justificar, segundo aquela dirigente, a criação de uma "situação insustentável, de agressão direta às pessoas, em que o Estado se comporta como se o seu primeiro objetivo fosse a proteção dos credores e dos mercados e não a proteção das pessoas".

Paula Gil deu também a conhecer na entrevista à Lusa o acordo existente para fazer concluir a manifestação de 15 de outubro em frente à Assembleia da República e mostrou-se optimista, afirmando que a manifestação já tem a seu favor o ter conseguido criar uma convergência de numerosas organizações que se "juntaram em torno de uma mobilização contra a situação em que vivemos". E apelou à participação de partidos e sindicatos, "porque neste momento estamos todos a ser atacados".

Macau: Fundo de 1.000 milhões de dólares deveria ser aplicado na redução da pobreza




PNE - LUSA

Macau, China, 11 out (Lusa) - O fundo de mil milhões de dólares a ser desbloqueado pela China para o desenvolvimento da cooperação com a lusofonia deveria ser aplicado na redução da pobreza e criação de riqueza, defende o secretário-geral adjunto do Fórum Macau.

A medida foi anunciada em novembro de 2010 pelo primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, com o prazo de três anos para ser aplicada pela iniciativa de bancos do interior da China e da Região Administrativa Especial sob a liderança do China Development Bank.

Wen Jiabao também anunciou na ocasião a concessão de créditos de 1.600 milhões de yuan (176 milhões de euros) para os países lusófonos de África e Ásia.

Em entrevista à Agência Lusa, o novo secretário-geral adjunto do Secretariado Permanente do Fórum Macau, Marcelo Pedro D' Almeida, representante da Guiné-Bissau, salienta a "grande expetativa" com que os países de língua portuguesa membros da organização, "sobretudo os de África e Ásia", aguardam o desbloqueio do fundo, que poderá acontecer no próximo ano.

"Cerca de 70 por cento das questões que têm chegado ao Fórum [por parte dos países membros] estão relacionadas com este fundo, o que revela uma grande expetativa, pois 1.000 milhões de dólares [733 milhões de euros] numa primeira fase, segundo o anunciado, é uma boa ajuda ao desenvolvimento dos nossos países", indica.

Ao salientar que o plano de ação do Fórum Macau em vigor até 2013 motivou uma confiança reforçada em relação ao futuro das relações China-lusofonia e dos frutos que poderão gerar, "sobretudo pela promessa do fundo", Marcelo D' Almeida manifesta-se convicto de que a medida "vai catalisar o comércio, a cooperação e projetos" nos países lusófonos.

"É que só a boa vontade não chega, é preciso um financiamento dessas ações e estamos a contar precisamente com isso, de ver esse fundo desbloqueado em condições bastante favoráveis e de acesso fácil, com mecanismos acessíveis", sustenta.

Apesar de não serem ainda conhecidas as condições de acesso ao fundo, o responsável considera que "para cada um dos países membros [do Fórum] deverá ser realizado um estudo que permita que aquele incida em áreas que possam criar riqueza".

Para Marcelo D' Almeida, os 1.000 milhões de dólares deveriam beneficiar os "projetos e setores que refletem a potencialidade de cada país, em que têm vantagens competitivas e que tenham possibilidades de criação de riqueza e redução da pobreza", sendo uma "outra perspetiva" além do fundo já existente para África, de que alguns países membros do Fórum são beneficiários.

O Fórum Macau "tem a esperança de vir a ter um papel ativo na distribuição e utilização desse fundo, até pelo seu conhecimento profundo das necessidades e prioridades dos países membros".

A expetativa é de que a medida seja aprovada pelo Conselho de Estado chinês até ao final do ano, sendo depois "necessário mais um tempo para ser lançado e conhecido como será utilizado, se apoiará a expansão das empresas de Macau e da China para os países lusófonos ou se apoiará os projetos individuais de cada um deles", explicou.

"Neste momento, o que se sabe é que ainda está em estudo, estando a decorrer os trâmites normais para a sua aprovação, mas penso que dentro de mais alguns meses teremos uma certeza sobre os contornos e condições de acesso a este fundo", concluiu.

Futura missão em Timor define-se durante a presidência portuguesa do CS da ONU




RTP

A futura missão das Nações Unidas em Timor-Leste, sucessora da UNMIT, vai começar a tomar forma nas próximas semanas, durante a presidência portuguesa do Conselho de Segurança, em novembro, disse à Lusa o embaixador de Portugal na ONU.

O debate de alto nível agendado para 22 de novembro pela presidência portuguesa, Moraes Cabral afirma "não será de rotina" e produzirá "com certeza algo de concreto em termos de orientações do Conselho para o mandato da próxima missão em Timor-Leste".

"É preciso ouvir os timorenses, qual o modelo que propõem, objetivos", disse o diplomata em entrevista à Lusa.

As autoridades de Timor-Leste e a representante do secretário-geral da ONU em Díli, Ameerah Haq, assinaram a 19 de setembro o Plano de Transição da Missão Integrada das Nações Unidas (UNMIT) para o país, que termina em dezembro de 2012.

O acordo abre a possibilidade de uma outra missão, política ou de paz, cuja composição será decidida pelo próximo governo saído das eleições de julho ou agosto de 2012.

Também o dossier da Guiné-Bissau irá subir ao Conselho de Segurança no próximo mês, mas apenas para as consultas periódicas sobre o processo de paz no país.

A presidência portuguesa vai organizar ainda debates de alto nível sobre o Estado de Direito e sobre a Protecção de Civis, que se realizam anualmente.

O debate sobre Timor foi "herdado com grande gosto" da anterior presidência, a nigeriana, que não conseguiu encaixá-lo na sua agenda.

Introduzidos por Portugal para debates serão os temas dos Métodos de Trabalho, cujo comité especializado deverá ser presidido por Portugal no próximo ano, e os Novos Riscos para a Segurança e Paz Internacional.

Este último visa "dar alguma coerência" a outras discussões que têm tido lugar no Conselho este ano, como os impactos na segurança internacional de pandemias, do desenvolvimento, crime internacional e alterações climáticas.

PRIMEIRA EXPOSIÇÃO DO FOTOJORNALISTA ANTÓNIO COTRIM MOSTRA “ROSTOS DE TIMOR”





A "marca de sofrimento e ao mesmo tempo de esperança" que o fotojornalista António Cotrim encontrou nos rostos que fotografou em 2007 em Timor-Leste fez surgir a ideia de realizar aquela que é a sua primeira exposição individual.

A exposição "Rostos de Timor" é inaugurada hoje às 18:30, no Centro Nacional de Cultura, em Lisboa, e é constituída por doze fotografias a cor, de rostos de timorenses que António Cotrim captou durante uma reportagem da Agência Lusa na região de Baucau.

"A ideia para a exposição partiu de olhar os rostos e ver neles uma marca de sofrimento e ao mesmo tempo de esperança", contou.

António Cotrim começou a trabalhar na área da comunicação social em 1974, tendo passado pelas agências noticiosas Lusitânia, ANOP, Notícias de Portugal e Lusa, onde trabalha atualmente. Colaborou também com o semanário Tal & Qual e o desportivo O Record.

Referindo-se à reportagem feita em 2007 afirmou: "O que mais me marcou em Timor foi o povo que, após longos anos de sofrimento, enfrenta o dia a dia com um sorriso nos lábios, e marcou-me imenso a alegria do povo de Lorosae por ouvir e falar português".

No texto que acompanha a exposição lê-se: "As fotografias de António Cotrim revelam a capacidade de fixar uma imagem que emociona, que nos afeta e comove. Um rosto que surge definido e luminoso na sagacidade de quem captou o instante".

O fotógrafo foi já distinguido com duas menções honrosas, uma do Clube Português de Imprensa, na categoria de fotorreportagem, em 2001, e outra do Prémio Europeu de Fotografia Fujifilm, na categoria de desporto, em 2004.

A mesma nota refere que o "talento e trabalho" de António Cotrim têm sido "reconhecidos com a publicação de fotografias de sua autoria em vários livros, folhetos, catálogos e postais, sem contar com as inúmeras edições em jornais e revistas, tanto nacionais como internacionais".

Quanto à experiência profissional de Timor-Leste, o fotógrafo afirmou que guarda "com gratidão" a memória "de um povo que, nada tendo, não hesita dar o coração para acolher quem o visita".

Tilman espera que país não siga exemplo da Indonésia e Birmânia com generais a comandarem




MSE - LUSA

Díli, 11 out (Lusa) - O deputado e candidato às presidenciais de 2012 em Timor-Leste Manuel Tilman disse hoje esperar que no país não se repitam exemplos como da Indonésia e da Birmânia onde existem generais a comandarem o país.

Manuel Tilman, deputado do partido KOTA (União dos Filhos Heróicos da Montanha), reagia assim ao anúncio feito na segunda-feira pelo general Taur Matan Ruak, ex-chefe das Forças Armadas, de que está na corrida às presidenciais.

"Eu não vejo onde é que existem os generais a comandarem hoje aqui na Ásia, só na Birmânia e na Indonésia é que os presidentes são generais", afirmou à Agência Lusa.

O deputado disse esperar que "Timor-Leste não siga este exemplo de ter generais ou ex-generais a comandar o país, mas civilistas com formação em direito, finanças e justiça".
Manuel Tilman sublinhou, contudo, que o general está no seu direito e que até é um "cidadão exemplar".

"O povo escolherá entre um civil ou militares ligados a veteranos. A sociedade timorense necessita de estabilidade, necessita de integração dos militares, dos veteranos, todos na sociedade e não dividida em duas", defendeu.

Além destas duas candidaturas já oficializadas, a imprensa timorense tem avançado com outros possíveis candidatos às presidenciais de 2012, sendo apontados o presidente do parlamento timorense, Fernando La Sama Araújo, ou o atual Presidente, José Ramos-Horta, que afirmou recentemente que anuncia em janeiro se se recandidata.

*Foto em Lusa

Na cadeia ou fora dela, William Tonet está em risco de chocar contra umas balas anónimas!




ORLANDO CASTRO*, jornalista – ALTO HAMA

O jornalista e inimigo público do regime angolano, William Tonet, foi condenado a um ano de prisão com pena suspensa e ao pagamento de uma multa em Kwanzas, avaliada em 100 mil dólares norte-americanos.

A democracia “made in MPLA” é mesmo assim. Todos são livres para estarem de acordo com o regime. Quem não estiver, mesmo que seja só em pensamento, leva pela medida grossa.

Segundo o Juiz do Tribunal Provincial de Luanda em caso de não pagamento da multa prazo máximo de cinco dias, Willian Tonet, julgado por difamação, poderá ser conduzido à cadeia.

“Por homicídio a condenação são duzentos mil kwanzas, às vezes o juiz tenta forçar e chega aos seiscentos mil kwanzas, agora por uma difamação estamos a falar em dez milhões de kwanzas. Isso é acima de tudo incompreensível, é acima de tudo daqueles casos que nós temos visto, em que se quer a todo custo prender as pessoas” – reagiu o advogado David Mendes, que prometeu recorrer da decisão.

David Mendes esquece-se, contudo, de que pessoas só são aqueles que dizem ámen ao regime. O que, manifestamente, não é o caso do William Tonet.

William Tonet considera tratar-se de uma armadilha para o silenciar e diz que “o que será mais honesto de nossa parte, é virmos com a nossa bagagem para sermos recolhidos à cadeia”.

Os três processos movidos contra o jornalista datam de 2007 Janeiro, Novembro e Dezembro, e tipificam todos os crimes que mais interessam ao regime: injúria, calúnia e difamação.

Os processos têm como autores impolutos (segundo as regras e os valores do regime) cidadãos como António Pereira Furtado, então chefe do Estado-maior das FAA, o General Hélder Vieira Dias “Kopelipa”, actual ministro de Estado e chefe da Casa Militar da Presidência da República e o General Pitagrós, Procurador Militar.

Certamente para cumprir o seu maquiavélico desiderato, William Tonet continua a “contar com uma equipa de jornalistas nacionais e estrangeiros que no presente momento têm redigido os principais artigos detractores à política governamental do País”.

No início de 2008 esta era pelo menos a opinião do “Independente”, um jornal estrategicamente renascido das cinzas, ligado a Fernando Manuel, outrora membro da DISA (a polícia do Estado), depois SINFO e ex-vice-ministro da Segurança do Estado, e que apareceu como um instrumento de desacreditação da imprensa privada que se atreva a não tocar pelo diapasão do regime.

Em Angola, a filosofia oficial é valorizar os que dizem que fazem e não os que fazem, os que colocam a subserviência no lugar da competência, os que trocam um prato de pirão em pé por uma lagosta de cócoras. Mas, apesar de saber, continuo a pensar que não é este tipo de sociedade que eu quero, que o Tonet quer, que os Homens livres querem.

A impunidade do regime continua e quanto mais cedo se calarem as vozes que se batem pela denúncia das arbitrariedades e da corrupção endémica do sistema, melhor.

Este sistema mata mesmo, apesar da imagem de anjo do Presidente Eduardo dos Santos, o número de assassinatos não têm parado de crescer e Tonet é visto como uma pedra no sapato do regime, e que por isso não pode continuar ou em liberdade ou com vida.

Ao contrário do que os mais ingénuos esperavam, o MPLA e o seu regime tentam eliminar todos quanto pugnem por uma imprensa livre, liberdade de expressão e a implantação de uma verdadeira democracia. Não são os únicos, é certo. Nas ocidentais praias lusitanas passa-se algo que bebe na mesma fonte.

Com os milhões do petróleo, Eduardo dos Santos ao invés de trabalhar para uma verdadeira reconciliação nacional, pretende consolidar o seu regime com a eliminação física dos seus adversários políticos, como aconteceu com o jornalista Ricardo de Melo, Nfulumpinga Landu Victor, líder do PDP-ANA, ou Jonas Savimbi.

O Tonet há muito que mostrou ter qualidades guerreiras. Se assim não fosse não teria sobrevivido à “selva” onde exerce a sua profissão. Triunfos? Sim, teve muitos, destacando-se desde logo o facto manter um jornal independente e uma coluna vertebral erecta.

O Tonet também é daqueles que nunca serão derrotados porque nunca deixarão de lutar. E isso é uma espinha atravessada na garganta dos seus inimigos. E que espinha!

*Orlando Castro, jornalista angolano-português - O poder das ideias acima das ideias de poder, porque não se é Jornalista (digo eu) seis ou sete horas por dia a uns tantos euros por mês, mas sim 24 horas por dia, mesmo estando (des)empregado.

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Angola: Comissão Permanente do Conselho de Ministros reúne-se quarta –feira




ANGOLA PRESS

Luanda - A Comissão Permanente do Conselho de Ministros realiza esta quarta-feira a sua primeira reunião ordinária no Palácio presidencial na Cidade Alta, em Luanda, para abordar questões relacionadas com a situação político e social do país.

De acordo com uma nota oficial, o encontro será orientado pelo Chefe de Estado, José Eduardo dos Santos.

A última sessão da Comissão Permanente do Conselho de Ministros teve lugar com carácter extraordinário na província do Kuando Kubango, onde analisou, entre outras questões, assuntos relativos ao desenvolvimento socioeconómico dessa região.

Ao intervir na sessão, o Presidente da República, José Eduardo dos Santos, afirmou que não foi por acaso que se escolheu a cidade de Menongue para realizar a primeira reunião extraordinária da Comissão Permanente. O Executivo e o partido maioritário têm dedicado desde sempre uma atenção especial a esta província do Kuando Kubango.

"Foram definidos programas especiais e alguns específicos. Foram determinados mecanismos para a sua implementação e indicadas altas personalidades do Executivo e do partido maioritário para o acompanhamento contínuo da implementação desses programas", realçou.

O Chefe de Estado frisou que "por esta razão estamos aqui, para definir novos programas, reajustando os precedentes e mobilizar vontades, capacidades para implementar esses programas a fim de transformarmos Kuando Kubango numa terra produtiva e numa terra de esperança".

A Comissão Permanente do Conselho de Ministros é o órgão que funciona no intervalo das Sessões do Conselho de Ministros, à qual compete no geral acompanhar e assegurar a implementação das deliberações do Conselho de Ministros sobre os assuntos de natureza humanitária, social, económica e produtiva.
 

Moçambique: Estado deve incluir mais as pessoas se quer evitar novas convulsões no país




  
Maputo - O Estado moçambicano deve incluir mais as pessoas se quer evitar novas convulsões no país, defendeu a académica Isabel Casimiro, antiga deputada da FRELIMO, afirmando que o problema da agricultura em Moçambique resulta da falta de apoio político ao sector, anunciou hoje (terça-feira) a Lusa
  
"Se queremos evitar convulsões, como as que já tivemos neste país, temos que partir para a inclusão, disse à Lusa Isabel Casimiro, docente da Universidade Eduardo Mondlane, referindo-se a questões de direito de exploração de terras para fins agrícolas. 

Isabel Casimiro apresentou uma formação sobre mulheres agricultoras moçambicanas, no âmbito da 10ª Conferência da Sociedade Africana de Ciências Agronomias, que arrancou na segunda-feira em Maputo, onde denunciou a falta de apoio do Estado moçambicano ao sector agrícola do país. 
  
"Acho que há falta de vontade politica em dar mais apoio à agricultura. A retórica é de que a agricultura é a base do desenvolvimento, mas de facto vemos que não há apoio", afirmou à Lusa Isabel Casimiro. 

*Foto em Lusa

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